ATA DA SEPTUAGÉSIMA TERCEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 08-9-2005.

 

 


Aos oito dias do mês de setembro do ano de dois mil e cinco, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Elói Guimarães, Ervino Besson, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Manuela d'Ávila, Margarete Moraes, Maria Celeste, Mônica Leal, Neuza Canabarro e Raul Carrion. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Elias Vidal, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Nereu D'Avila, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. À MESA, foram encaminhados, pelo Vereador Bernardino Vendruscolo, os Pedidos de Providências nos 2176 e 2177/05 (Processos nos 5415 e 5416/05, respectivamente); pelo Vereador Carlos Comassetto, o Projeto de Lei do Legislativo nº 254/05 (Processo nº 5196/05); pela Vereadora Clênia Maranhão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 252/05 (Processo nº 5148/05); pelo Vereador Dr. Goulart, o Projeto de Lei do Legislativo nº 241/05 (Processo nº 5018/05); pelo Vereador Elias Vidal, o Projeto de Lei do Legislativo nº 255/05 (Processo nº 5300/05); pelo Vereador Haroldo de Souza, o Projeto de Lei do Legislativo nº 247/05 (Processo nº 5138/05); pelo Vereador João Carlos Nedel, o Pedido de Providências nº 2179/05 (Processo nº 5445/05); pelo Vereador João Carlos Nedel, juntamente com os Vereadores João Antonio Dib e Mônica Leal, o Projeto de Resolução nº 126/05 (Processo nº 5393/05); pela Vereadora Maria Celeste, os Pedidos de Providências nos 2181 e 2182/05 (Processos nos 5447 e 5448/05, respectivamente); pelo Vereador Maurício Dziedricki, o Pedido de Providências nº 2143/05 (Processo nº 5347/05) e os Pedidos de Informações nos 220 e 221/05 (Processos nos 5375 e 5391/05, respectivamente); pelo Vereador Professor Garcia, os Pedidos de Providências nos 2025, 2032, 2034, 2037, 2038, 2039, 2040, 2041, 2042, 2044, 2045, 2095, 2097, 2098, 2099, 2100, 2101 e 2102/05 (Processos nos 5207, 5214, 5216, 5219, 5220, 5221, 5222, 5223, 5224, 5226, 5225, 5286, 5288, 5289, 5290, 5291, 5292 e 5293/05, respectivamente) os Pedidos de Informações nos 217, 218 e 219/05 (Processos nos 5294, 5365 e 5370/05, respectivamente); pelo Vereador Raul Carrion, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 038/05 (Processo nº 5131/05); pela Vereadora Sofia Cavedon, o Pedido de Informações nº 223/05 (Processo nº 5417/05). Também, foram apregoados os seguintes Ofícios, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre: de nº 293/05, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 016/05 (Processo nº 5416/05); de nº 294/05, encaminhando o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 005/05 (Processo nº 5455/05). Do EXPEDIENTE, constou o Comunicado nº 133648/05, do Senhor José Henrique Paim Fernandes, Presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE. Após, o Senhor Presidente registrou a presença do Frei Osmar Otávio Júnior, Pároco da Paróquia do Bairro Belém Novo, e do Senhor José Alberto Reus Fortunati, Secretário Estadual da Educação, convidando-os a integrarem a Mesa dos trabalhos e informando que Suas Senhorias se encontram na Casa para divulgação da Festa de Nossa Senhora de Belém. Em prosseguimento, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Vereador Carlos Comassetto, que saudou os visitantes, discorrendo sobre a importância do Bairro Belém Novo para o crescimento econômico do Município. Ainda, convidou a todos para a Festa de Nossa Senhora de Belém, no dia onze de setembro do corrente, e, informando ter protocolado Projeto de Lei para inclusão dessa festividade no Calendário de Eventos Oficiais de Porto Alegre, avaliou o papel desempenhado pela cultura popular como instrumento de inclusão social e integração comunitária. A seguir, o Senhor Presidente registrou a presença da Senhora Marilú Fontoura de Medeiros, Secretária Municipal de Educação, convidando Sua Senhoria a integrar a Mesa dos trabalhos. Também, registrou a presença do Frei Emílio Ritter, da Paróquia do Bairro Belém Novo. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Mario Fraga mencionou vínculos políticos, afetivos e sociais mantidos por Parlamentares deste Legislativo com o Bairro Belém Novo, cumprimentando a comunidade dessa região pelas atividades realizadas para organização e divulgação da Festa de Nossa Senhora de Belém. Também, apoiou a proposta hoje apresentada pelo Vereador Carlos Comassetto, de inclusão dessa festividade no Calendário Oficial de Eventos de Porto Alegre. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Frei Osmar Otávio Júnior, que convidou a todos os presentes a participarem da Festa de Nossa Senhora de Belém, no dia onze de setembro do corrente. Às quatorze horas e trinta e quatro minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e trinta e sete minutos, constatada a existência de quórum. A seguir, foi iniciado o GRANDE EXPEDIENTE, tendo o Senhor Presidente informado que, durante esse período, seria efetuada homenagem ao Projeto de Alfabetização de Jovens e Adultos – PROAJA, da Secretaria Municipal de Educação, e ao Projeto Escola Aberta, da Secretaria Estadual da Educação. Compuseram a Mesa: o Vereador Elói Guimarães, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor José Alberto Reus Fortunati, Secretário Estadual da Educação; a Senhora Marilú Fontoura de Medeiros, Secretária Municipal de Educação; a Senhora Leda Seffrin, Coordenadora do Projeto de Alfabetização de Jovens e Adultos; o Senhor Flávio Renato de Freitas e a Senhora Jacqueline Santos, alunos do Centro Educacional – CEMET – Paulo Freire. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Ervino Besson registrou o transcurso, hoje, do Dia Mundial de Combate ao Analfabetismo, declarando ser a educação um dos principais indicadores de desenvolvimento de um País. Nesse sentido, elogiou a atuação dos Governos Municipal e Estadual no combate ao analfabetismo em Porto Alegre, destacando a importância de programas públicos como os Projetos Escola Aberta e de Alfabetização de Jovens e Adultos, voltados à população carente. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra à Senhora Marilú Fontoura de Medeiros e ao Senhor José Alberto Reus Fortunati, que apresentaram dados relativos à implantação, em Porto Alegre, dos Projetos Escola Aberta e de Alfabetização de Jovens e Adultos, agradecendo a presente homenagem e destacando a importância do registro, pela Casa, do Dia Mundial de Combate ao Analfabetismo. Na ocasião, o aluno Flávio Renato de Freitas prestou depoimento pessoal de sua participação no Projeto de Alfabetização de Jovens e Adultos. Às quinze horas e dezoito minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e vinte e três minutos, constatada a existência de quórum. Em GRANDE EXPEDIENTE, a Vereadora Margarete Moraes afirmou ser favorável à proibição da venda e comercialização de armas no País, salientando a necessidade de melhor estruturação dos órgãos responsáveis pelo sistema público de segurança. Ainda, propugnou por projetos educacionais voltados à inserção social, à criação de uma cultura de não-violência e à preparação para ingresso no mercado de trabalho, com vistas a viabilizar expectativas reais de futuro à juventude brasileira. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Haroldo de Souza comentou o Projeto de Lei do Legislativo nº 458/03, de sua autoria, que dispõe sobre a instalação, em Porto Alegre, de recipientes para a coleta de baterias usadas de telefones celulares. Também, aludiu ao referendo a ser realizado no País no próximo mês, relativo à Lei nº 10.826/03, e solicitou providências do Governo Municipal, para liberação de área do Morro do Osso atualmente ocupada por famílias indígenas da tribo caingangue. O Vereador João Carlos Nedel abordou problemas enfrentados pela população que vive na Zona Norte da Cidade, em especial no referente à carência de transporte coletivo e de calçadas para o trânsito de pedestres. Ainda, teceu considerações quanto a empreendimentos a serem executados conjuntamente pelos Governos Municipal e Estadual, como o Projeto Linha Rápida, a expansão da pista do Aeroporto Internacional Salgado Filho e a implantação de transporte fluvial ao longo do Lago Guaíba. O Vereador Raul Carrion avaliou sua participação na abertura da 3ª Semana de Capoeira de Porto Alegre, no dia cinco de setembro do corrente, e convidou para ato político no dia onze de setembro do corrente, para assinalar o aniversário da morte do ex-presidente chileno Salvador Allende. Também, citou reuniões da Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação, para tratar de problemas relativos a ocupações da Vila Anita e do Loteamento Morada do Sol. Na ocasião, o Senhor Presidente comunicou o recebimento do livro “A Organização do Sistema de Controle Interno Municipal”, do Senhor Jader Branco Cavalheiro, autor. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Dr. Goulart externou sua satisfação pela participação, na presente Sessão, do Secretário Estadual de Educação e da Secretária Municipal de Educação, destacando a importância do conhecimento na construção da cidadania e no desenvolvimento da sociedade. Sobre a matéria, discorreu a respeito de ações do Senhor Leonel de Moura Brizola na área da educação, ressaltando que o PDT tem essa área como prioridade. A seguir, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Carlos Todeschini, Vice-Líder da Bancada do PT, solicitando, nos termos do artigo 218, § 6º, do Regimento, Licença para Tratamento de Saúde para a Vereadora Maristela Maffei, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Gerson Almeida, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Constituição e Justiça. Também, foi apregoada Declaração firmada pelo Vereador Carlos Todeschini, Vice-Líder da Bancada do PT, informando o impedimento do Suplente Marcelo Danéris em assumir a vereança no dia de hoje, em substituição à Vereadora Maristela Maffei. Ainda, foi apregoada Declaração firmada pela Suplente Guilherme Barbosa, informando seu impedimento em assumir a vereança no dia de hoje, em substituição à Vereadora Maristela Maffei. Em PAUTA ESPECIAL, Discussão Preliminar, 5ª Sessão, esteve o Projeto de Lei do Executivo nº 011/05, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, Margarete Moraes, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Raul Carrion e Sofia Cavedon. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 011/01, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, Carlos Comassetto e Aldacir Oliboni, os Projetos de Lei do Legislativo nos 226, 238, 243, 244 e 253/05, 104/03, este discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, Carlos Comassetto e Aldacir Oliboni, 234/05, discutido pelo Vereador João Antonio Dib, 239/05, discutido pelo Vereador Carlos Comassetto, os Projetos de Lei do Executivo nos 014 e 015/05; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 090/02, 233, 236 e 235/05, este discutido pela Vereadora Mônica Leal, os Projetos de Lei Complementar do Legislativo nos 019/02 e 036/05, este discutido pela Vereadora Margarete Moraes e pelo Vereador Aldacir Oliboni; em 3ª Sessão, o Substitutivo nº 01 aposto ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 028/05. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Sebastião Melo reportou-se à denúncia feita por Sua Excelência, no ano de dois mil e um, a respeito de possíveis irregularidades em contratos do Executivo Municipal com empresa de coleta de resíduos sólidos em Porto Alegre, noticiando que entregará à Mesa Diretora deste Legislativo Ofício solicitando informações ao Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul sobre a matéria. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e aprovado Requerimento verbal de autoria da Vereadora Mônica Leal, aditado pelo Vereador Mario Fraga, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 458/03, com ressalva da Emenda a ele aposta, após ser discutido pelos Vereadores Adeli Sell, José Ismael Heinen, Haroldo de Souza, Gerson Almeida, Mônica Leal e Raul Carrion. Foi aprovada a Emenda nº 01 aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 458/03. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 181/05, por vinte e oito votos SIM, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Gerson Almeida, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Manuela d'Ávila, Márcio Bins Ely, Margarete Moraes, Maria Celeste, Mario Fraga, Maristela Meneghetti, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Raul Carrion, Sebastião Melo e Sofia Cavedon. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 159/05, por vinte e oito votos SIM, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Gerson Almeida, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Manuela d'Ávila, Márcio Bins Ely, Margarete Moraes, Maria Celeste, Mario Fraga, Maristela Meneghetti, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Raul Carrion, Sebastião Melo e Sofia Cavedon. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 173/05, por vinte e sete votos SIM, após ser discutido pelos Vereadores Mônica Leal, Ervino Besson e Haroldo de Souza e encaminhado à votação pelo Vereador Luiz Braz, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Gerson Almeida, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Manuela d'Ávila, Márcio Bins Ely, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela Meneghetti, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Raul Carrion, Sebastião Melo e Sofia Cavedon. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 128/05, após ser encaminhado à votação pelo Vereador Carlos Comassetto. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Resolução nº 090/05. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 034/05, com ressalva da Emenda a ele aposta, após ser discutido pela Vereadora Manuela d'Ávila. Foi aprovada a Emenda nº 02, aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 034/05. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados os Projetos de Resolução nos 100 e 101/05 e os Projetos de Lei do Executivo nos 030, 034, 054 e 017/04. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Substitutivo aposto ao Projeto de Lei do Legislativo nº 055/05, após ser discutido pela Vereadora Margarete Moraes e pelo Vereador Bernardino Vendruscolo, considerando-se prejudicado o Projeto original. A seguir, foi aprovada a prorrogação dos trabalhos da presente Sessão, nos termos regimentais. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 136/05. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 126/05, após ser discutido pelo Vereador Carlos Todeschini. Às dezoito horas e quarenta e seis minutos, constatada a inexistência de quórum, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Elói Guimarães e secretariados pelo Vereador pelos Vereadores Nereu D'Avila e João Carlos Nedel. Do que eu, Nereu D'Avila, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 

 


O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Estamos recebendo, para honra da Casa, a presença do Frei Osmar Otávio Júnior, que é o Pároco da Paróquia do bairro Belém Novo. O Frei Osmar vem falar sobre a Festa de Nossa Senhora de Belém, que ocorrerá no dia 11 de setembro de 2005. Convidamos o Frei Osmar a compor a Mesa. Convidamos, também, a fazer parte da Mesa o Sr. José Fortunati, Secretário de Educação.

Queremos saudar a presença das senhoras e dos senhores representantes da Paróquia Nossa Senhora de Belém e também os representantes da Paróquia de Nossa Senhora da Saúde.  

O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Prezado Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; prezado Sr. Secretário da Educação do Estado do Rio Grande do Sul, companheiro Fortunati; prezado Frei Osmar, representando a comunidade de Belém Novo e a Paróquia Nossa Senhora de Belém; prezados representantes da comunidade, também o Frei Emílio Ritter, da Paróquia Nossa Senhora de Belém; representantes da comunidade da Paróquia Nossa Senhora da Saúde, de Teresópolis; senhores e senhoras representantes da Paróquia Nossa Senhora de Belém; prezados ouvintes, colegas Vereadores, colegas Vereadoras. Este comparecimento tem por objetivo ressaltar e fortalecer uma política que estamos adotando em Porto Alegre: nós queremos fortalecer, cada vez mais, as nossas comunidades, os nossos bairros, para que construam e afirmem a sua identidade através dos processos que se constituem historicamente.

Posso dizer, com muita tranqüilidade, que na comunidade de Belém Novo não participamos e trabalhamos de forma solitária, pois há outros Vereadores lá, como os companheiros Mario Fraga, Ervino Besson, Sebastião Melo, que desenvolvem as suas relações e seus trabalhos também para enriquecer a postura da comunidade. O bairro Belém Novo, localizado no extremo sul da Cidade, a 26 km do Centro histórico da nossa Cidade, possui uma área de mais ou menos três mil hectares e uma população que varia - Secretário Fortunati, em relação a número - entre 20 e 25 mil habitantes. E a Paróquia Nossa Senhora de Belém é tão antiga quanto o núcleo do Bairro, que foi fundado em 1876, formado por uma população heterogênea que inclui operários, pequenos comerciantes, pequenos agricultores, pescadores, entre outros. Localiza-se numa área denominada hoje rururbana, que, embora assentada na nossa Capital, apresenta e tem um perfil de comunidade do Interior. E nós queremos dessa forma mantê-la, fortalecendo os valores locais.

Assim, todo o ano, o mês de setembro, em Belém Novo, tem sido dedicado à Nossa Senhora de Belém. É uma Festa histórica que completa 129 anos e, inclui, na sua programação, um tríduo à Nossa Senhora de Belém, com missas, almoços festivos, festejos, procissões noturnas e diurnas, sempre realizadas no segundo domingo do mês festivo, do mês de setembro. A Paróquia é coordenada pelos capuchinhos desde 1953, quando assumiu o primeiro Pároco, Frei André Cikoski. Depois assumiram, entre outros, os Freis Basílio Pexinin, Archimedes Ballotin, Clemente Dotti, Reinaldo Pasinatto, Vergilino Richetti, Antônio Parisotto, Carlos Reis Freitas, José Ari Degrandis, Paulo Zanatta, Valdmar Pilonetto, Zelmar Guiotto e, atualmente, o Frei Osmar Otávio Júnior, que está conosco hoje.

Todos os festejos se concentram em torno da Igreja Nossa Senhora de Belém, que é considerada um monumento histórico da cidade de Porto Alegre. (Mostra foto.) Sua obra foi iniciada em 1876 e concluída em 1885. A Paróquia é formada, além da matriz, por mais doze núcleos, capelas ou comunidades, quatro delas em Itapuã e no Município de Viamão.

Falo aqui em nome dos colegas Vereadores e Vereadoras desta Casa. Os festejos têm por objetivo fortalecer essa relação que a sociedade tem com os Poderes Executivo e Legislativo e para resgatarmos aqueles valores que são simbólicos da nossa Cidade, das nossas comunidades. Com isso, será possível trilharmos um único caminho, que é a construção da cultura da paz. É isso que desejamos e propomos.

Nesse sentido, já está tramitando nesta Casa Projeto de Lei em que propomos incluir, no Calendário Oficial de Eventos de Porto Alegre, a Festa de Nossa Senhora de Belém, para que, além dos valores já construídos e constituídos na relação comunitária, seja um evento oficial da Cidade. Assim, aquela comunidade será reconhecida com os seus valores. Sabemos que temos ainda muitos outros valores a conquistar e reconquistar; eu poderia, com tranqüilidade, citar mais um que conseguimos neste ano gravar no Plano Plurianual, que é em relação ao grande manancial hídrico que lá existe, suas belezas naturais, para que, em Belém Novo, seja desenvolvido o Projeto da Marina de Belém Novo, professor e colega Fortunati, porque ali vamos constituir e resgatar cada vez mais a vida dessa comunidade.

Portanto, Sr. Presidente, Frei Osmar, esta é a nossa homenagem à comunidade de Belém Novo, para o fortalecimento desse valor cultural, religioso e histórico. Além do seu reconhecimento, que já existe, estamos propondo construir a oficialidade, que a Festa de Nossa Senhora de Belém seja incluída no Calendário Oficial deste Município. Convidamos todos para, no final de semana, comparecerem às festividades, à procissão noturna, que acontecerá no sábado, que, inclusive, neste ano, se traduz no fortalecimento de nossa cultura gaúcha: o encontro da chama crioula com a festa luminosa que lá acontece, onde estarão associados os dois potenciais, que são fantásticos: a cultura do gaúcho associada à cultura religiosa, associada à cultura comunitária, à cultura da construção e consolidação da paz em Porto Alegre. Muito obrigado, Sr. Presidente. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Queremos registrar a presença do Frei Emílio Ritter, da Paróquia de Nossa Senhora de Belém.

Convidamos a compor a Mesa a Professora Marilú Medeiros, Secretária de Educação do Município. (Pausa.)

O Ver. Mario Fraga está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MARIO FRAGA: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; nosso amigo José Fortunati, Secretário de Educação do Estado do Rio Grande do Sul; nossa amiga e companheira Marilu Medeiros, Secretária de Educação do Município de Porto Alegre; uma especial saudação ao Frei Osmar, Pároco da nossa Igreja Nossa Senhora de Belém; um abraço também ao Frei Emílio, que já está há mais tempo conosco em Belém Novo. Quero fazer uma referência também ao Frei Zelmar, que passou de seis a oito anos ao nosso lado na Igreja Nossa Senhora de Belém e fez tantas amizades em Belém Novo, em especial com a Escola Madre Raffo, que é ao lado da Igreja. E hoje vejo também alunas, funcionárias, professoras e outros moradores da nossa comunidade de Belém Novo. Ao público que nos assiste pela TV Legislativa, o nosso especial abraço.

Saudamos a iniciativa do Ver. Carlos Comassetto de trazer a comunidade à Câmara. O Ver. Carlos Comassetto, nos últimos tempos, tem-nos acompanhado na nossa comunidade, em especial em Belém Novo, e temos participado de atividades conjuntas. Falo “nos últimos tempos” porque tenho a grata satisfação de ter nascido naquela comunidade, exatamente na Av. Heitor Vieira, não faz muito, vai fazer 50 anos em janeiro próximo. Eu nasci com parteira e tenho orgulho de ter sido batizado na Igreja Nossa Senhora de Belém, de ter sido crismado e de ter casado na Igreja Nossa Senhora de Belém.

Por isso falo que os outros chegaram agora e que eu já estou há muito tempo lá. Eu me orgulho, e, graças a Deus, não só eu, pois da nossa Bancada, Frei Osmar, em Belém Novo, nós temos o Ver. Dr. Goulart, o Ver. Ervino Besson, a Verª Neuza Canabarro e o Ver. Marcio Bins Ely. E estou falando somente da Bancada do PDT, porque é uma casualidade, Frei Osmar: são cinco Vereadores que atuam na Zona Sul, é muito importante para a Igreja Nossa Senhora de Belém. Claro que todos os outros Vereadores têm uma atuação; o Ver. Sebastião Melo tem uma forte atuação lá. Secretário da Educação José Fortunati: quantas vezes , neste ano, V. Exª esteve conosco, plantando no Colégio, na frente da Igreja? Esteve juntamente com este Vereador fazendo uma visita; já esteve na Festa, numa outra ocasião. E os Vereadores, em especial da Bancada do PT; quando estiveram nesta Casa, o Henrique Fontana, a Maria do Rosário, todos sempre apoiaram essa Festa. O Presidente da Casa também tem um carinho especial por Belém Novo, tem um funcionário seu que mora em Belém Novo e que trabalha com ele há muitos anos. Quando eu nem pensava em política, o Ver. Elói Guimarães já passeava por Belém Novo. É uma verdade!

Hoje nós vimos aqui registrar, por intermédio do Ver. Carlos Comassetto, a realização da nossa Festa, que começa a partir de hoje, Frei Osmar. No domingo, haverá a procissão, a missa e o almoço, que é um almoço tradicional, com todas as comunidades da Região, que comparecem; chegam sempre quase mil pessoas, e aquele povo, aquela nossa comunidade toda corre atrás dos galetos, aquela nossa Festa é uma beleza!

E digo aos moradores, aos meus amigos e amigas que estão hoje na Câmara Municipal de Porto Alegre que fico supercontente com essa realização, com esse ato. De antemão, também já falei para algumas comunidades que o Ver. Carlos Comassetto está tentando colocar a data dessa Festa no Calendário de Eventos da Cidade de Porto Alegre, e tenho certeza de que vai colocar e de que o Projeto será aprovado por unanimidade nesta Casa. Muito obrigado, e boa Festa para todos nós! (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Frei Osmar Otávio Júnior, Pároco da Paróquia do Bairro Belém Novo, está com a palavra para falar sobre a Festa em homenagem à Nossa Senhora de Belém.

 

O SR. OSMAR OTÁVIO JÚNIOR: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, membros desta Casa; povo de Belém Novo, paroquianos e amigos da Paróquia Nossa Senhora de Belém; amigos da Paróquia de Teresópolis que se fazem presentes; senhoras e senhores: para mim é uma alegria muito grande poder estar aqui divulgando um evento que, diante do tamanho de Porto Alegre, do tamanho da história de Porto Alegre, do tamanho da cidade de Porto Alegre, pode ser considerado pequeno, até mesmo diante de outras festas que acontecem em Porto Alegre. No entanto, como já ressaltavam aqui o Ver. Carlos Comassetto e especialmente o Ver. Mario Fraga, filho de Belém Novo, é um evento extremamente importante para a Região Sul da Cidade.

Quando Porto Alegre comemorava cem anos de emancipação, Belém Novo surgia. E surgiu exatamente em torno dessa realidade religiosa do bairro Belém Velho. Não havia Belém Novo, havia a localidade chamada Arado Velho. Não havia a freguesia de Belém Novo como, na época, a política organizava; havia a freguesia de Belém Velho. A partir de leis municipais organizadas para a transferência da freguesia de Belém Velho para Arado Velho surgiu Belém Novo. E por que Belém Novo? Por causa da imagem de Nossa Senhora de Belém.

Então, senhoras e senhores, nós não estamos falando de qualquer acontecimento histórico, mas de um acontecimento histórico extremamente importante para o povo da cidade de Porto Alegre, especialmente para o povo católico. O bairro atual, Belém Novo, surgiu, formou-se e organizou-se política, econômica, social e culturalmente em torno dessa igrejinha que o Ver. Carlos Comassetto mostrou aqui para nós, da construção da igreja, do cuidado com a imagem de Nossa Senhora de Belém, que está lá até hoje, desde 1880, em torno da qual se reúnem não mais apenas a comunidade católica, mas as comunidades que confessam outras profissões religiosas e a comunidade do bairro Belém Novo, incluindo todas as instituições hoje aqui representadas.

Então, o Bairro se formou em torno da iniciativa de Dom Vicente Scherer, saudoso, conhecido pela maioria aqui, Arcebispo de Porto Alegre. Ele tornou possível estarmos aqui, solicitando a inclusão dessa data importante - o segundo domingo de setembro, Dia de Nossa Senhora de Belém Novo - no Calendário da Cidade. Para nós, é importante. E é uma alegria extraordinária para mim, que estou há um ano e pouco em Belém Novo, ser o portador ou o porta-voz dessa história tão importante e tão rica cultural e religiosamente.

Como os senhores tiveram a oportunidade de ouvir, há muitas pessoas desta Casa que têm relação com o bairro Belém Novo. Então, eu quero agradecer a todos que têm essa relação com o Bairro, mas quero agradecer especialmente a alguém que tomou a iniciativa de fazer um Projeto, numa atitude firme - e a história é feita de atitudes, de posições -, fazendo com que a nossa querida Nossa Senhora de Belém, do bairro Belém Novo, pudesse ser lembrada pela cidade de Porto Alegre. Muitos outros locais têm as suas manifestações religiosas, e eu creio que Belém Novo, que há 129 anos vem fazendo essa Festa, também precisa ser lembrado pela cidade de Porto Alegre.

Por isso, agradeço a todos e peço que Deus abençoe a todos aqueles que já tiveram e que continuam tendo a oportunidade de participar da nossa comunidade, de contribuir para que aquela comunidade se volte, cada vez mais, para os valores cristãos em torno da imagem de Nossa Senhora de Belém. Agradeço, finalmente, a esta Casa por ter-nos recebido hoje. Muito obrigado a todos. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Agradecemos as ilustres presenças do Frei Osmar Otávio Júnior, do Frei Emílio Ritter, da Paróquia do bairro Belém Novo, bem como das paroquianas e dos paroquianos do Bairro. Também estão presentes os representantes da Paróquia Nossa Senhora da Saúde, do bairro Teresópolis.

Queremos agradecer ao Ver. Carlos Comassetto por ter oportunizado à Casa a vinda dos integrantes da Paróquia e, em especial, do Frei. Quero dizer que a Casa sempre se sente honrada com eventos dessa natureza, porque o Pároco é um líder local e é na Paróquia que se dão os acontecimentos da comunidade. Portanto, fica aqui a convicção e a certeza, Frei, de que teremos lá uma grande Festa, a exemplo das grandes festas que a Paróquia faz. Também quero agradecer as palavras proferidas pelo Ver. Comassetto e pelo Ver. Mario Fraga, que falaram pelos Vereadores. Os nossos cumprimentos. Suspendemos os trabalhos por alguns minutos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h34min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães – às 14h37min): Estão reabertos os trabalhos.

Passamos ao                                                         

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

Hoje este período é destinado a homenagear o Projeto de Alfabetização de Jovens e Adultos, o Proaja, da Secretaria Municipal de Educação, e o Projeto Escola Aberta, da Secretaria Estadual de Educação, nos termos do Requerimento formulado pelo Ver. Ervino Besson.

Integram a Mesa o Sr. José Fortunati, Secretário de Educação do Estado do Rio Grande do Sul, ex-Vereador desta Casa; a Srª Marilu Medeiros, Secretária Municipal de Educação, representando o Projeto de Alfabetização de Jovens e Adultos. Também convidamos a fazer parte da Mesa a Srª Leda Seffrin, Coordenadora do Proaja; a Srª Jacqueline Santos, aluna do Centro Educacional, CEMET Paulo Freire; o Sr. Flávio Renato de Freitas, aluno do Centro Educacional Paulo Freire. Queremos saudar também os professores, professoras e funcionários de ambas as Secretarias aqui presentes.

O Ver. Ervino Besson, proponente desta homenagem, está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver. Márcio Bins Ely.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Um dos grandes pilares da nossa sociedade, fator estrutural para o seu desenvolvimento, é a Educação - uma das principais bandeiras do PDT. Muitas medidas estão sendo adotadas pelo Governo Municipal e Estadual nesse sentido.

As homenagens do dia de hoje merecem destaque por sua amplitude, importância básica e resultados significativos. Hoje, meus caros Vereadores, pessoas que nos assistem nas galerias, Secretário Fortunati e Secretária Marilu, é o Dia Mundial de Combate ao Analfabetismo. E, na cidade de Porto Alegre, 3,5% da população é analfabeta, segundo o censo do IBGE de 2000. Isso representa 36.227 pessoas; ademais, observa-se que há uma predominância de mulheres, totalizando 21.924, enquanto que o número de homens é de 14.004.

No dia 13 de agosto, eu tive a oportunidade de estar no Galpão Crioulo do Gigantinho, onde acompanhei pessoas, a maioria idosas, que foram alfabetizadas. Duas pessoas se pronunciaram naquele dia, minha cara Secretária, e foi um momento que ficou marcado não só para este Vereador, mas para todas as pessoas que estiveram lá presentes. Pessoas que deram o seu depoimento, pessoas com mais de 70 anos de idade, falando da sua auto-estima ao serem alfabetizadas; foram depoimentos muito marcantes, muito positivos e muito abertos. Houve um senhor que comentou: “Puxa, mas quantas vezes eu perdi o ônibus. Eu tinha vergonha de ir a uma parada de ônibus; pegava o ônibus trocado, porque tinha vergonha de perguntar para as pessoas”.

Esta Casa hoje presta uma homenagem a essas duas Secretarias, pelo seu grande trabalho, pela importância do trabalho que estão prestando à nossa Porto Alegre e ao nosso Rio Grande do Sul - o trabalho de alfabetizar as pessoas, fazendo com que elas recuperem a cidadania e a auto-estima. No dia de hoje, fica o reconhecimento desta Casa, quando prestamos esta homenagem, a essa equipe, à Secretária, à sua Direção, por este relevante trabalho: o Projeto Escola Aberta, da Secretária Estadual de Educação.

 

O Sr. Dr. Goulart: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Meu prezado Ver. Besson, o único Parlamentar santo do Brasil, o único! Eu queria me irmanar ao meu nobre colega, porque nós dois é que indicamos esta homenagem.

Gostaria de falar, rapidamente, da importância do nosso Partido na Educação. Começando com o Brizola, que fez escolinhas por todo o Rio Grande do Sul; logo depois, o Darci Ribeiro e Brizola, de novo, fazendo a Escola de Tempo Integral; e agora nós passamos para um terceiro grande momento, que é a entrada da escola dentro da comunidade, que fez reduzir os assaltos, as agressões, as brigas entre alunos, as brigas com professores, reduziu também o uso de drogas - não reduziu tanto quanto queríamos, mas reduziu bastante -, mostrando, mais uma vez, que o Poder Público está entrando dentro das casas, e as casas estão entrando dentro da escola.

Então, quero parabenizar o meu grande Secretário Fortunati; quero abraçar o Luís Afonso, que segura a Escola Aberta em nível estadual, e abraçar também a Secretária Marilu, que não tem sido identificada muito com o nosso Partido, mas que é do nosso Partido, eu tenho que dizer é, porque a primeira indicação foi daí. PDT, Escola Aberta, turno integral, escolas pelo Brasil inteiro: educação é a base de tudo. Muito obrigado.

 

O SR. ERVINO BESSON: Muito obrigado meu querido colega Ver. Dr. Goulart. Nós dois assinamos o documento para prestar esta homenagem.

 

O Sr. Haroldo de Souza: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Não vou interrompê-lo por muito tempo.

 

O SR. ERVINO BESSON: Mas eu lhe dou com muito prazer o aparte, Vereador.

 

O Sr. Haroldo de Souza: Quero saudar carinhosamente e pessoalmente o Secretário da Educação do Estado, porque ele está numa das Pastas mais difíceis e a mais importante. A Pasta mais importante no mundo é a Educação; a Educação está em primeiro lugar. E eu não tenho visto crises. Uma aqui, outra ali, mas o Fortunati - permita-me chamá-lo assim - está conduzindo com maestria e levando a nossa Educação para a melhoria. Cumprimentos e muito obrigado pela presença.

 

O SR. ERVINO BESSON: Muito obrigado, Vereador.

 

O Sr. Claudio Sebenelo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Besson, meus parabéns! Agradeço-lhe muito o aparte, por eu poder falar diretamente com os responsáveis pela nossa Educação. Aqui em Porto Alegre, nós estamos permanentemente atentos a um fenômeno gravíssimo que ocorre com relação a nossa Educação Infantil, antiga pré-escola: nós estamos fabricando, em condições no mínimo industriais, no mínimo logarítmicas, marginais e futuros habitantes das nossas FEBEMs e de prisões. E, se um político ainda acredita em alguma coisa hoje, o investimento em creches e em salas de aula tem que ser a prioridade zero, especialmente pela rejeição sofrida por centenas de crianças ao lado das nossas creches, que já estão superlotadas. A formação de marginais e de futuros criminosos está ocorrendo de uma forma assustadora na cidade de Porto Alegre, e creio que isso acontece em todas as grandes cidades. Muito obrigado pelo aparte. Eu queria fazer esse brado de alerta, esse S.O.S, esse libelo, esse pedido de socorro! É isso.

 

O SR. ERVINO BESSON: Obrigado, Vereador.

O Projeto foi feito em parceria com a UNESCO; atualmente 150 estabelecimentos já estão realizando iniciativas, distribuídas em 84 Municípios do Estado do Rio Grande do Sul; em Porto Alegre, são 19 os estabelecimentos que estão engajados no Projeto.

 

A Srª Sofia Cavedon: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigada, Ver. Ervino. A Bancada do Partido dos Trabalhadores quer-se somar à homenagem que se faz aos dois Secretários aqui presentes, pela educação de adultos desenvolvida tanto no Estado quanto no Município. Queremos dizer que reconhecemos que é muito importante que essas ações sejam combinadas a uma escola pública que não mais expulse os alunos da escola. Assim, a gente poder elevar a escolaridade de toda a população, porque todos os esforços nesse sentido são louváveis, porque essa tarefa da Educação é das mais dignas e a ela nos somamos.

 

O SR. ERVINO BESSON: Obrigado, Verª Sofia.

Para encerrar, meu caro Presidente, quero dizer que no dia 13, depois de ter saído ali do Galpão Crioulo do Gigantinho, fomos até a Assembléia. Naquele dia, deu para notar a importância do Projeto Escola Aberta, pois lá estavam mais de dois, três mil jovens, não sei exatamente quantos. Portanto, sem dúvida nenhuma, esta Casa, e não somente este Vereador, presta esta relevante homenagem à Secretaria Estadual de Educação, na figura do Secretário José Fortunati, e à Secretaria Municipal de Educação. Fica aqui o nosso reconhecimento, o nosso agradecimento por esse belíssimo trabalho, que, sem dúvida nenhuma, marcará a trajetória da Secretaria na área da Educação. Ao grupo de professores e funcionários, a toda essa equipe, o nosso abraço em nome da Bancada do PDT e o nosso reconhecimento. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Queremos agradecer ao Ver. Ervino Besson e os apartes que se fizeram, todos, evidentemente, em nome da Casa.

A Srª Marilú Medeiros, Secretária Municipal da Educação, representando o Projeto de Alfabetização de Jovens e Adultos, da Secretaria Municipal de Educação, está com a palavra.

 

A SRA. MARILÚ MEDEIROS: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Quero dizer da satisfação de estar aqui, em nome do Município, recebendo esta homenagem. Esta homenagem mostra uma construção de Porto Alegre, uma Cidade que se volta para atender o desafio de eliminar o analfabetismo. Que as próprias organizações mundiais nos permitam, do ponto de vista das condições de práticas sociais, poder olhar esta Cidade de um modo mais amplo, no sentido de vermos nossos companheiros, nossos amigos, cidadãos desta Cidade constituírem-se verdadeiramente cidadãos. Sabemos que essa caminhada que não é de hoje, ela vem de longo tempo; com a certeza, esse é um dos fenômenos e um dos compromissos maiores que temos para com a Cidade.

Especialmente neste momento, eu desejo agradecer ao Ver. Ervino Besson e ao Ver. Dr. Goulart por esta iniciativa, eles que são companheiros, amigos nessa ação que se faz na SMED, que busca chegar à idéia da promoção, de uma prática social em que todos possam se sentir plenos na sua condição de cidadão. Quero, neste momento, dizer que também nos congratulamos com o nosso amigo e Secretário de Educação, Sr. José Fortunati, pelo Projeto que desenvolvemos na SMED atualmente, o Projeto Abrindo Espaços, semelhante ao que o Estado desenvolve. Um Projeto que vem aproveitar também as experiências que a Secretaria Municipal da Educação desenvolvia. Nós estamos ampliando, mudando um pouco a cara dessa forma de participação, de abertura, de ocupação da Cidade nos seus diferentes espaços e tempos, visando oportunizar a que esta Cidade tenha uma condição de interlocução muito maior com a escola e da escola com a Cidade no seu todo.

Como não pretendo fazer uso de todo o tempo que me foi concedido, solicitaria à Casa a permissão de dar a palavra - e uma das ações que buscamos desenvolver na SMED é dar a palavra àquele sujeito que dela tem o direito e deve fazer uso - ao Flávio, que é um dos nossos alunos, para que ele fale aqui, dê o seu depoimento como aluno do EJA. Muito obrigada a todos. (Palmas.)

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. FLÁVIO RENATO DE FREITAS: Boa tarde, Presidente da Casa. Eu queria agradecer este momento, agradecer também à nossa Secretária de Educação, ao nosso Secretário e aos demais presentes. Obrigado aos nossos professores, que aqui se fazem presentes, eu os louvo de todo o coração, porque hoje, neste momento em que estou aqui, não posso deixar de lado os quarenta anos que estive distante de uma escola. O CEMET é a minha primeira escola, e eu não posso e não quero esquecer, porque quem não tem um passado certamente não terá um futuro.

A minha vida deu um giro de 95 graus, e estou muito feliz. Peço a compreensão de todos, porque também há uma emoção sem tamanho...

Eu só tenho a dizer que a educação mudou tudo na minha vida, tudo, tudo... Eu passei a participar mais da minha família, discutir sobre assuntos familiares com os meus filhos, com grupo de amigos. Hoje eu tenho o prazer de ler algum livro, de não precisar ficar pedindo para que alguém leia uma notícia em um jornal; eu posso ter o prazer de assistir a um filme que seja legendado; eu posso me sentir à vontade em qualquer ambiente, em qualquer parte do meu Estado. Até, por ser um pouco destemido, arriscaria dizer que me sinto em condições de sair do nosso País hoje, tendo a dificuldade que qualquer cidadão teria, simplesmente.

Então, eu só tenho a louvar essa iniciativa, não só por fazer parte da Secretaria, mas por estar fazendo bem-feito. Quero dizer a todas as professoras que estão aqui que eu agradeço de todo o coração mesmo! Hoje eu tenho a compreensão de o quanto fez diferença. Às vezes, como já aconteceu dentro da minha família, as pessoas se sentem um pouco rejeitadas no casamento, seja lá como filho, como nora ou como genro; mas não era rejeição, era simplesmente aquela falta de atualização, que o estudo proporciona. Às vezes, a gente se sente rejeitado, um pouco de lado, ou diz que uma pessoa está fria, mas talvez a gente deva pensar um pouco, talvez não estejamos procurando nos atualizar.

E é isso que o estudo, que o esclarecimento escolar tem-me trazido e às pessoas que comigo convivem, as pessoas próximas. Fatal e lamentavelmente eu tenho percebido isto: nos grupos, aos domingos, no futebol, a gente vê que as pessoas procuram se isolar por não saber dividir, por não ter como discutir, por não ter como se pronunciar, às vezes se colocam isentas, principalmente em relação às eleições. Muitos e muitos colegas do futebol, lá mesmo na escola, dizem: “Eu não vou votar, está acontecendo isso ou aquilo, não vai fazer diferença”, e hoje eu sei que faz diferença, sim, porque, por intermédio do estudo, a gente consegue se politizar um pouco. Eu já procurei fazer isso, tenho uma melhor compreensão do que gira em torno de todos nós. Já me senti, em alguns lugares, um pouco à margem da cidadania, mas agora consigo manter um apreço, um respeito no olhar, quando as pessoas se dirigem a mim, e estou notando que não eram as pessoas, realmente era eu que não estava atualizado.

Eu freqüentei o Fórum Social, e uma frase que todos estavam falando me marcou muito: “Vamos em busca de um mundo melhor”; eu fiquei muito triste com isso, porque não se trata de um mundo melhor. Nós vivemos em um mundo que tem tudo, é um mundo que tem tudo que se possa sonhar, o que precisamos mudar somos nós mesmos, são as nossas cabeças, buscar um esclarecimento, uma evolução. Eu acho que assim encontraríamos, dentro de cada um de nós, um mundo melhor. Muito obrigado pela atenção de todos.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Sr. José Fortunati, Secretário de Educação do Estado, está com a palavra.

 

O SR. JOSÉ FORTUNATI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Quero cumprimentar, de uma forma muito especial, na figura do Luís Afonso Medeiros, a equipe que coordena o Projeto Escola Aberta para a Cidadania. E quero dizer da nossa imensa e profunda alegria de retornarmos a esta Casa.

Meu querido Ver. Ervino Besson, que tomou a iniciativa juntamente com o Ver. Dr. Goulart, quero, do fundo do meu coração, agradecer por esta oportunidade, salientando que o processo de construção da Educação, certamente, não se faz aos saltos e nem de uma hora para outra.

Nós temos a convicção e o entendimento de que este País, ao longo de sua história, contou com homens e mulheres da maior grandeza pensando e repensando a Educação, cito: Leonel de Moura Brizola, Anísio Teixeira, Darci Ribeiro, Paulo Freire, só para citar alguns grandes educadores. E cito também: a ex-Secretária da Educação, minha querida Verª Neuza Canabarro, que deu a sua importante contribuição para a nossa Cidade, para o nosso Estado; a minha querida ex-Secretária de Educação de Porto Alegre Verª Sofia Cavedon; o Prefeito João Antônio Dib, que também, na condição de Prefeito desta Cidade, esteve preocupado com a área da Educação.

Tenho a convicção de que projetos importantes foram sendo pensados para a construção de uma escola pública no Rio Grande do Sul que forjasse cidadania. E não é por nada, meu caro Prefeito João Antônio Dib, que no ano de 2004, diante dessa caminhada - que, volto a dizer, não se faz aos trancos e nem aos sobressaltos -, o Rio Grande do Sul foi reconhecido pela UNESCO, a partir do sistema de avaliação da educação básica, como o Estado de melhor qualidade do País. Também é importante lembrar que ao final de 2004, quando recebemos os resultados do ENEM, Exame Nacional de Ensino Médio, o MEC reconheceu que as escolas públicas de Ensino Médio do Rio Grande do Sul eram as melhores estruturadas e as de melhor qualidade do País. São dois indicadores educacionais que nos deixam extremamente felizes, porque une o esforço das escolas públicas municipais, das escolas públicas estaduais, das poucas, mas importantes, escolas públicas federais que temos entre nós.

Eu não tenho dúvida de que essa caminhada que coloca hoje a escola pública do Rio Grande do Sul num papel de destaque em âmbito nacional se deva a uma construção comunitária de escola. É impossível imaginarmos uma escola que simplesmente fecha os seus portões a essa co-existência com a comunidade no seu todo. É obrigação da escola estar em permanente reflexão com a comunidade, como é fundamental que a comunidade com os seus conhecimentos, com os seus saberes ajude a escola a crescer. E, nessa união, nessa unidade de esforços, com certeza, nós estamos todos juntos construindo uma sociedade mais justa, mais inclusiva, mais solidária e principalmente mais humana.

É dentro desse contexto que quero saudar todos que, ao longo do tempo, na nossa Capital, no nosso Estado, estiveram preocupados com a alfabetização de jovens e adultos. Temos os melhores indicadores de qualidade de vida do País. O Rio Grande do Sul é considerado, junto com Porto Alegre, o melhor Estado e a melhor Capital em termos de qualidade de vida. Mas, quando olhamos os indicadores educacionais, ainda ficamos preocupados com o elevado índice de analfabetismo existente neste Estado e mesmo na nossa Capital. Por isso, quero cumprimentar todos que, ao longo do tempo, através dos vários projetos, pensaram e se debruçaram sobre o processo de alfabetização, que nada mais é do que um processo de geração de cidadania, o que foi muito bem dito pelo nosso querido parceiro que antes se pronunciou, o aluno Flávio Renato de Freitas.

Quero aqui destacar o Projeto Escola Aberta para a Cidadania, um Projeto feito em parceria com a UNESCO e que hoje envolve mais de dois mil voluntários em todo o Estado. O Projeto está presente em 150 escolas da rede pública estadual e começa a se disseminar também em escolas públicas municipais, não somente em Porto Alegre, mas em Charqueadas e outras cidades da Grande Porto Alegre.

Nós sabemos, pelo mapa da violência divulgado pela UNESCO, que a grande vítima da violência contra a vida - e violência contra a vida significa violência física, violência sexual, violência psicológica - é o jovem de 10 aos 21 anos; oitenta por cento dessa violência acontece especialmente nos finais de semana, no chamado final de semana prolongado, da sexta-feira à noite até o domingo à noite. Por que isso acontece? Porque o jovem busca, no final de semana, o seu espaço para o entretenimento, para o lazer, para a cultura, para a diversão. Infelizmente, numa sociedade cada vez mais perversa, onde existem 54 milhões de brasileiros que estão abaixo da linha de pobreza, as oportunidades de lazer, esporte e cultura estão cada vez mais diminutas, especialmente para esses jovens das escolas públicas localizadas em vilas e bairros mais carentes.

Sabemos, meu caro Presidente e amigo Elói Guimarães, que os campos de várzea, só para dar um exemplo, estão desaparecendo pela especulação imobiliária. O acesso ao cinema, o acesso ao teatro é praticamente impossível para jovens que moram nessas localidades. A violência acaba tomando conta da sociedade no seu todo e dissemina-se perante as nossas comunidades. E lá está, lá se encontra, nessas comunidades, meu caro Ver. Mario Fraga, uma escola que abre suas portas na segunda de manhã e normalmente encerra as suas atividades na sexta-feira à noite, não permitindo, entre aspas, que, no final de semana, quando a comunidade mais necessita de um espaço qualificado, essa população, meu Prefeito João Dib, tenha acesso ao campo, a uma quadra de esportes, a uma biblioteca, a salas de aula, ao espaço coletivo.

O que o Projeto Escola Aberta para a Cidadania - originário do Projeto Abrindo Espaço, da UNESCO - propõe nada mais é do que isto: abrir, meu querido amigo Haroldo, os espaços de uma escola no final de semana, rompendo literalmente os portões da escola e permitindo que a comunidade no seu todo - alunos, pais, vizinhos - possam participar ativamente de oficinas pedagógicas, culturais, da área esportiva, do lazer, do entretenimento, do reforço escolar, do combate ao analfabetismo digital dentro da própria escola.

Implantamos o Projeto no Rio Grande do Sul a partir de 8 de agosto de 2003, e os resultados que temos obtido são extremamente fantásticos: diminuição da violência, maior integração da comunidade com a escola, redução da depredação das nossas escolas, diminuição do número de ocorrências policiais, visualizadas especialmente nos boletins de ocorrências da Polícia Civil e da intervenção da Brigada Militar. Ou seja, é um espaço que se transforma, é um espaço que produz cidadania, é um espaço que possibilita a integração da comunidade com a sua própria escola.

E o que chama atenção, minha querida Secretária Marilu, é que o esforço feito no final de semana acaba repercutindo na escola durante a semana também, porque, além da diminuição da depredação, nós temos um fator importante: a elevação da auto-estima dos nossos alunos; conseqüentemente, durante o período letivo normal, essa auto-estima faz com que o desempenho escolar dos alunos também tenha um crescimento.

Eu não tenho dúvida de que se trata de um Projeto inovador, de um Projeto extremamente importante, que constrói uma cidadania extremamente relevante, ele se soma a outras iniciativas, como a Escola de Tempo Integral, minha querida ex-Secretária Neuza Canabarro, como o Saúde Escolar, o Alfabetiza Rio Grande, o Brasil Alfabetizado, projetos de alfabetização que naturalmente estamos levando adiante, entre eles, o Proaja, de Porto Alegre.

O Ver. Sebenelo falava sobre a violência que sofremos atualmente. Não existem soluções milagrosas, Ver. Claudio Sebenelo; o que existe é a disposição clara de, todos juntos, unificarmos os nossos esforços, para que, especialmente, a escola pública seja fortalecida. Por que falo em escola pública? Porque ela é a grande responsável pelo atendimento da imensa maioria da nossa população. Sempre é importante destacarmos, meu querido Ver. Dr. Goulart, que, dos 100% das crianças e adolescentes que são atendidos em escolas da educação básica - creche, pré-escola, Ensino Fundamental -, 88% dessas crianças e adolescentes são atendidos em escolas públicas, sendo 54% nas escolas públicas estaduais, 33% nas escolas públicas municipais, 1% nas escolas públicas federais, ou seja, a grande fonte de transformação, o grande instrumento pedagógico de transformação da nossa sociedade é, indiscutivelmente, a escola pública.

Por isso, esse esforço não é somente do Governador, do Prefeito, da Secretária ou do Secretário; é de cada um de nós que deseja construir uma cidadania muito mais forte, uma sociedade para a paz, uma sociedade solidária, inclusiva, fraterna e, principalmente, humana. Que todos continuem com esse belo trabalho na defesa da escola pública. Um grande abraço e até a próxima oportunidade. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Nós encerramos esta parte da Sessão, agradecendo ao Ver. Ervino Besson e ao Ver. Dr. Goulart, por terem proporcionado à Casa este momento importante, quando se reúnem duas autoridades educacionais do Estado: o ex-Vereador José Fortunati, Secretário de Estado, e a Srª Marilu Medeiros, da Secretária do Município.

É um momento importante. Aqui se fala em homenagem, mas não se trata de homenagem; este é um momento de trabalho na Casa, de reflexão, de debate. O Plenário da Casa tem a oportunidade de dialogar, ouvir sobre os trabalhos que desenvolvem essas duas Secretarias, tanto a Secretaria da Educação do Município, através do Proaja e de outros programas, trazendo a experiência viva do aluno Flávio Renato de Freitas, como também da Secretaria de Educação do Estado, com o Projeto Escola Aberta. São experiências que trazem questões importantes, sobre as quais a Casa vai debater e vem debatendo. É um momento de trabalho na Casa, menos de homenagem, mais de trabalho, reflexão, troca de pontos de vista.

Portanto, ao encerrar este espaço, queremos cumprimentar, mais uma vez, o Sr. José Fortunati, Secretário Estadual da Educação; a Srª Marilu Medeiros; a Srª Leda Seffrin, Coordenadora do Proaja; a Srª Jacqueline Santos, aluna do Centro Educacional Paulo Freire; o Sr. Flávio Renato de Freitas, aluno; o Professor Jorge Luís Marques, demais pessoas aqui, professores, professoras, funcionários e alunos que integram as respectivas Secretarias. Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h18min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães – às 15h23min): Estão reabertos os trabalhos.

A Verª Margarete Moraes está com a palavra em Grande Expediente.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras; Sr. José Fortunati, Secretário de Educação do Estado; neste momento de Grande Expediente, quero me referir a uma data que vai ser muito marcante para o nosso País: 23 de outubro de 2005. Nessa data haverá um referendo popular, e as pessoas deverão dizer “sim” ou “não” à proibição da comercialização de armas de fogo no nosso País.

Uma das raras certezas que tenho na vida, Verª Sofia, é a de que todas as pessoas que lutam pelos direitos humanos, pela educação, pela cultura, pela igualdade de oportunidades se colocarão a favor do desarmamento. Compreendemos que não se trata de uma questão fácil, mas as entidades, o setor público, as organizações civis devem construir uma cultura da solução não-violenta para os problemas. Isso começa na família, em casa, na escola, no trabalho, nas instituições, na vida em sociedade, nas igrejas, nos cultos das diferentes formas de religião.

Eu creio que um dos princípios fundamentais é que é preciso enxergar o outro e ver que o outro tem o direito de ser diferente. Nesse aspecto, quero fazer uma alusão a esta Casa, porque precisamos valorizar as regras de convívio, as regras consensualizadas, civilizadas. É preciso construir um ambiente favorável de trabalho. Por exemplo, aqui dentro, temos um Presidente e um Regimento, mas, se houver um pacto democrático entre todos os Vereadores, melhor para o bom andamento da Casa. E já há, por exemplo, uma reunião, todas as segundas-feiras, entre o Presidente, as Lideranças e a Mesa; fora isso, antes de acertarmos a Ordem do Dia, aqui há um acerto entre a situação e a oposição; acho que isso é uma boa tradição e deve ser mantida. E quero dizer isso ao Ver. Ibsen Pinheiro, porque essa é uma bela tradição, não é toda a tradição que é reacionária ou ultrapassada.

Voltando à questão do desarmamento, a qualidade de vida supõe também um Estado, um Poder Público - no caso, o Estado do Rio Grande do Sul - bem estruturado, capacitado para prevenir e para reprimir a violência, porque não podemos tolerar a quebra das leis; agora, há uma sociedade civil que se auto-organiza. Em Porto Alegre, temos, por exemplo, o Conselho de Justiça e Segurança, muito bem representando pelo João Élbio, que todos conhecemos, e existe também a Segurança Comunitária, descentralizada, que deve ser feita em conjunto com as instituições oficiais. A nossa obrigação, dos Vereadores, dos políticos, é oferecer alternativa às próximas gerações, aos jovens. Devemos dar uma esperança de futuro a essa juventude, que não merece ser refém do tráfico - como disse o nosso Secretário agora -, como acontece sobretudo nas periferias das grandes cidades.

Infelizmente devo dizer o que aconteceu, ontem, nas cercanias do Jockey Club. Houve a execução de uma pessoa, um tiroteio, o enfrentamento de duas gangues colocando em risco a vida de quem por lá passasse. Isso é um compromisso, é uma função da Secretaria de Segurança do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, e nós temos que buscar também alternativas na Educação, na Cultura. Nós temos a obrigação de dar esperança, como um direito a uma vida muito mais digna de se viver.

Quando eu era Secretária, conheci no Rio, na Favela da Maré, uma organização não-governamental, da qual não me recordo o nome, que lidava há dez anos, pelo menos, com um cursinho pré-vestibular. Nesse tempo, já havia, como conseqüência do trabalho, mais de duzentos alunos inscritos e matriculados nas universidades públicas do Rio. Essa é uma das soluções, e o Projeto Pro-Uni, do MEC, também vai ajudar a contribuir com isso. Nessa favela, trabalhava o maior coreógrafo do Brasil, Evaldo - não recordo de todo o seu nome -, trabalhava com setenta alunos, e eu tive a oportunidade de conhecer esse trabalho através de um vídeo da UNESCO, que trabalha também as questões do espírito, da auto-estima, da vida dessas pessoas.

Em Porto Alegre, existem muitas associações comunitárias, associações de amigos, clubes de mães, entidades que trabalham com isso. Eu gostaria de citar uma que conheço muito, que é a Associação Comunitária do Campo da Tuca, que desenvolve o trabalho de creche em convênio com a Prefeitura. Lá acontecia o projeto de descentralização da cultura - infelizmente, hoje não acontece mais -, oficinas de futebol, de esporte, e essa Associação está criando hoje, em conjunto com o Ministério da Cultura, um ponto de cultura. Eu estive com o Prefeito João Verle inaugurando um telecentro naquele lugar. Há projetos de geração de renda em conjunto com a SASE, etc. No outro pólo também, nós podemos citar a Srª Elenita Lewin, que, em parceria com a FASE, também trabalha e busca encaminhar adolescentes para uma vida sem violência e sem insegurança.

Agora, voltando ao referendo popular de 23 de outubro, quero dizer que a comunidade mundial estará com os olhos voltados para o nosso País, para o Brasil, porque sabe que a proliferação das armas de fogo é a principal causa da violência mortal. Existe um interesse humanitário internacional que sonha com outro mundo possível, justo, solidário, sem violência. Sabemos que essa máxima “a justiça pelas próprias mãos” só dá certo, só é bonito, só é espetacular no cinema americano, através dos cowboys, dos rambos anabolizados do nosso tempo ou do britânico filme James Bond, que salva o mundo primeiro do império russo depois do império coreano. Isso é bonito só no cinema e na vida de ficção, porque as pessoas não têm condições de reagir a um assalto ou a uma agressão armada.

O exemplo dos Estados Unidos é absolutamente nefasto, porque nos Estados Unidos, com a liberação das armas, crianças, adolescentes, por qualquer razão, por motivo fútil, banal, vão para a escola e acabam matando seus colegas, seus professores, são tragédias que seguidamente acontecem nos Estados Unidos. Agora, com tantas armas capazes de destruir um País todo, como é o caso do Iraque, eles não conseguem resolver seus problemas humanos, como a passagem de um furacão, no caso do Katrina, em New Orleans.

 

O Sr. Claudio Sebenelo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Vereadora, só para me juntar ao seu esforço, quero dizer que é extremamente valioso o seu pronunciamento. Trata-se de uma face nova desencadeada pela Organização das Nações Unidas, e ninguém tem experiência ainda com o desarmamento. As pessoas que tiveram essa experiência - as instituições, os Estados, os países - notaram um decréscimo imenso e rápido do número de homicídios. Isso vem a favor, é um indicador fantástico para a política certa, principalmente, Vereadora, quando nós começamos a fazer essa experiência. É muito difícil um Secretário de Segurança diminuir 1%, 2%, 3% do número de homicídios. Quando ele baixa, de uma hora para outra, 20%, é porque a política é correta. Era isso o que eu queria acrescentar.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: É preciso dizer “sim” à vida, à paz e reafirmar e repetir quantas vezes forem necessárias que as armas não protegem os cidadãos de bem. Isso é uma ilusão! Nós temos um dado: a cada dia, três crianças são internadas em hospitais, com lesões por arma de fogo; duas por acidentes, simples acidente doméstico, e um caso por agressão.

Enfim, é uma responsabilidade de todas as pessoas, mas principalmente de nós, Parlamentares; nós, que fomos eleitos para diminuir, para reduzir as mortes ou lesões que geralmente acontecem por motivos banais, motivos fúteis na saída de uma festa, na saída do futebol, de um baile. O importante é mudar a cultura de se resolver desavenças - nunca pela violência física e pelas armas de fogo. É uma nova consciência de cidadania da não-violência, da educação para a paz nas escolas, na família, nas igrejas, nas instituições e no trabalho; enfim, uma cultura de paz para todos.

Por isso, nessa fala de dez minutos - eu quero ser fiel ao tempo -, coloco que é preciso dizer, no dia 23 de outubro: “Sim ao referendo”. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

O Ver. Almerindo Filho está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. Elias Vidal está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Vereadores, Vereadoras, pessoas que nos acompanham: na reunião de Líderes, nesta manhã, obtive a informação de que um Projeto de nossa autoria será votado no dia de hoje, ele diz respeito ao seguinte (Lê.): “É visível o crescimento do comércio de telefones celulares e artigos de informática - dentre esses, impressoras de todos os tipos - na sociedade brasileira. Junto com esse crescente comércio, há também o acréscimo do lixo de produtos nocivos à saúde; se esses não forem acondicionados em local apropriado, quando não mais servirem ao fim a que se destinam. E é dever de todo cidadão zelar pela saúde pública e, mais ainda, do legislador de estar atento a eventuais problemas que poderão ser causados por produtos tóxicos e/ou radioativos”.

O Projeto diz (Lê.): “Dispõe sobre a instalação de recipientes para a coleta de baterias usadas de telefones celulares e outros. Art. 1º - As empresas e as redes autorizadas de assistência técnica que distribuem ou comercializam produtos que, após o uso, na condição de resíduos urbanos, são considerados potencialmente perigosos à saúde e ao meio ambiente se dotarão de recipientes de coleta seletiva nos locais em que se efetuarem as vendas.

“Parágrafo Único - Entende-se por produtos potencialmente perigosos do resíduo urbano, para fins desta lei, pilhas, baterias, lâmpadas fluorescentes, lâmpadas a vapor de mercúrio e sódio, frascos aerossóis em geral, termômetros e outros produtos que contenham mercúrio, cartuchos de toner de fotocopiadoras e impressoras a laser.

“Art. 2º - Esses recipientes poderão ser instalados pelas empresas de que trata o art. 1º nos seguintes locais: I - nos shopping centers; II - nos terminais de transporte coletivo de Porto Alegre; III - no terminal rodoviário de Porto Alegre; IV - no Aeroporto”.

Eu espero que os meus Pares, meus Vereadores, meus companheiros, tanto os de minha Bancada como os demais, votem a favor desse Projeto.

Aqui se falou a respeito do desarmamento, e eu não havia me posicionado a respeito disso. Eu sei, minha querida Verª Margarete Moraes, que as armas não protegem, não, os cidadãos de bem. Nós precisamos mudar a cultura e os meios, mas, quanto ao desarmamento, está vindo aí esse plebiscito. E eu não concordo quanto a desarmar o cidadão e deixar o bandido armado, eu estou fora disso. Vou votar contra!

Eu aproveitei o feriado de ontem e fui ao Morro do Osso. Estive lá para ver aquele problema que envolve os índios caingangues. É um dos locais mais bonitos de Porto Alegre, que vista que nós temos lá no Morro do Osso! E a gente não pode mais ir até lá, porque os caingangues não deixam! Quem é que manda em Porto Alegre?! É a Prefeitura, é a sociedade ou são os índios?! Eu não tenho nada contra os índios! Desde os tempos da escola, eu aprendi que a gente tem de respeitar os índios! E eu os respeito! Mas o meu respeito a qualquer um vai até o ponto em que ele me respeita!

Agora, imaginem, por exemplo, alguém da classe média - a alta, a baixa ou a média - que compra, com dificuldades, um terreno e constrói a sua casa naquele local, um dos mais lindos pedaços do Município de Porto Alegre. E, aí, os índios caingangues saem não sei de onde e vão para o Morro do Osso. Aí, a Prefeitura, ou a Justiça, por meio de uma ação, retira os índios do Morro do Osso! E para onde é que eles vão, Ver. João Dib? Para a rua que dá acesso ao Morro do Osso! Eles estão no meio da rua! No começo, eram 18 pessoas; hoje passam de cem pessoas, com ameaças diárias aos moradores das redondezas e àqueles que fazem fundos com o acampamento desses índios urbanos! Eles também precisam viver, mas não podem viver no meio da rua! E a responsabilidade é da Prefeitura! Mas as providências não podem ser para amanhã, e sim para ontem!

Por isso, eu fui ontem ver o que está acontecendo lá, para realmente poder falar aqui! Não é possível que o cidadão vá dormir tranqüilo e, no dia seguinte, acorde com um grupo indígena na frente da sua casa! Nada contra os índios! Mas os responsáveis precisam agir! E eu repito: essa ação não pode ser para hoje, ou amanhã, tem de ser para ontem, porque há a possibilidade de surgir uma favela grandiosa lá, em razão do crescente número de pessoas que ali estão, e os traficantes aproveitam a presença dos índios para ali se esconderem. E, aí, no futuro, nós ainda teremos maiores dissabores, em razão do que está acontecendo lá no Loteamento Sétimo Céu.

 

A Srª Sofia Cavedon: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Haroldo, eu queria registrar que um dia os índios, aqui no Brasil, viviam num paraíso, viviam em comunidade, viviam cuidando dos seus filhos e da natureza, mas um dia eles acordaram e a terra estava cheia de portugueses que tomaram os seus filhos, estupraram as suas mulheres e roubaram as suas terras. Portanto, vamos tratar os índios com dignidade!

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Eu concordo, só que eles não podem ficar no meio da rua. E, naquela época, a civilização era outra, ProfessoraVerª Sofia Cavedon! Aqueles eram outros tempos! E eu disse, claramente, que não sou contra os índios! Mas admitir que os índios fiquem no meio da rua é incompetência de quem tem que resolver o problema, porque uma coisa é certa: a política não pode ser feita assim, deixar que o problema se agrave para depois tomar providências. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Vereadores e Vereadoras, recentemente a Direção do Instituto São Francisco, lá da Zona Norte, e a comunidade estudantil do entorno, que congrega aproximadamente quinze mil alunos, convidaram vários Vereadores desta Casa para discutir alguns problemas da região: problemas sérios de trânsito que afetam a comunidade estudantil; problemas com as casas de jogos, que proliferam próximo aos estabelecimentos de ensino e que são perniciosas à nossa juventude. Há também um problema em relação à inexistência de calçadas para pedestres, o que obriga os alunos a caminharem pela rua e não protegidos na calçada.

Chegou-se à conclusão, nessa reunião das lideranças com os Vereadores, de que vários problemas seriam solucionados com a implantação da Via Rápida, que percorre toda a Av. Baltazar de Oliveira Garcia e ingressa no Município de Alvorada. Por isso, foi realizada nesta semana uma reunião com o Secretário Estadual da Habitação, com os Vereadores e lideranças daquela região. O Secretário Alceu Moreira comunicou que o projeto, na parte de obras, é de responsabilidade do Estado e é uma parceria com a Prefeitura na parte de desapropriação da área, para expandir a Av. Baltazar de Oliveira Garcia. Depois de muitas colocações, Verª Maria Celeste, que lá estava comigo, decidiu-se por uma audiência com o Sr. Governador do Estado, para que ele priorize essa obra tão importante para a comunidade da Zona Norte. E, para essa audiência, seriam convidadas também as autoridades do Município de Alvorada. Ela está sendo providenciada, e nós iremos lá, com o Sr. Governador, dizer da importância ou do quanto a comunidade da Zona Norte aguarda esse melhoramento.

Também o Secretário Alceu Moreira colocou dois assuntos importantíssimos para Porto Alegre. Primeiro, a expansão da pista do nosso Aeroporto, que irá exigir a transferência da Vila Dique e da Vila Nazaré para um local definitivo. São mais de duas mil famílias nessas duas Vilas que vivem em condições precárias, sem nenhuma dignidade. Em relação a esse assunto, estou me empenhando pessoalmente junto a Infraero, ao Governo do Estrado, à Secretaria de Habitação do Município e também do Estado, visando a orientar e a definir essa importante solução para os nossos problemas.

 

O Sr. Carlos Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Carlos Nedel, nós, na CUTHAB, fizemos toda uma discussão sobre esse tema do Aeroporto. Para se resolver esse problema, são necessários em torno de 52 milhões hoje. Portanto, essa é uma tarefa do Município, do Estado e da União, com certeza. Muito obrigado.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Muito obrigado.

Então, este assunto é importante para as nossas exportações, para o nosso turismo e para o desenvolvimento da nossa Capital.

Ver. Newton Braga Rosa, que nos visita, temos muita honra em recebê-lo.

Também o Sr. Secretário Alceu Moreira falou da necessidade de discutirmos a questão relativa à travessia de passageiros entre Porto Alegre e Guaíba. Comunicou-nos que os editais já estão sendo elaborados e são amplos, porque isso não se limita somente à travessia entre Porto Alegre e Guaíba, mas permite que se use também o transporte fluvial entre os bairros da nossa Capital, inclusive com os Municípios vizinhos. O que eu quero dizer é que os Vereadores de Porto Alegre estão atentos aos grandes problemas da nossa Cidade e buscando a solução. Isso é trabalhar pelo bem comum. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo da Verª Margarete Moraes.

 

O SR. RAUL CARRION: Exmo. Ver. Elói Guimarães, demais Vereadores e Vereadoras, todos que, no dia de hoje, nos acompanham aqui e em suas casas por meio da TVCâmara, em primeiro lugar, queríamos, rapidamente, prestar contas da nossa representação, sexta-feira, na abertura da 3ª Semana de Capoeira de Porto Alegre, que se realizou no teatro Renascença. Essa Semana foi um Projeto que tivemos a honra de criar, e lá houve toda uma apresentação artística e cultural muito importante. Na ocasião, tivemos a oportunidade de entregar o Troféu Honra ao Mérito ao Mestre Churrasco - Jean Batista Cléber Teixeira -, um dos mais antigos capoeiristas de Porto Alegre. Ele faz, nas comunidades, um importante trabalho social com crianças e jovens, procurando a inclusão social dos seus alunos, para que possam ter também uma formação ética, moral e adequada através dessa que é uma grande arte, um jogo, uma luta que herdamos da cultura negra, é algo próprio do Brasil, inclusive hoje com fóruns mundiais em mais de cem países que praticam a capoeira.

Queria também convidar todos os Vereadores e Vereadoras, Ver. Brasinha, no dia 11 de setembro, próximo domingo, data em que foi assassinado o grande estadista latino-americano Salvador Allende, para um ato cultural e político na praça com seu nome. Quando se fala em 11 de setembro, Verª Neuza, lembra-se somente das torres de Nova Iorque, realmente um ato terrorista condenável, e esquece-se de um outro terrorismo de Estado que foi o Golpe Militar de Pinochet, armado nos Estados Unidos pela CIA, onde não só foi assassinado o legítimo Presidente chileno, mas milhares de chilenos. Eu estava lá, Verª Margarete, nesse fatídico dia e pude assistir ao bombardeio do Palácio La Moneda pelos jatos da Força Aérea chilena e, depois, o massacre que se seguiu com milhares e milhares de mortos.

Então, nós estaremos, Verª Margarete, no domingo, às 10h30min, na Praça Salvador Allende - denominação aprovada por esta Casa -, inclusive a Praça foi inaugurada durante o Fórum Social Mundial com a presença do Ver. Elói Guimarães, do Prefeito Fogaça, do Vice-Prefeito e de diversos Vereadores. A comunidade chilena está convidando, e nós estaremos nesse ato cultural e político, quando vamos prestar homenagem a alguém que morreu não só pelo povo chileno, mas pelos povos latino-americanos, que lutam para um dia serem, efetivamente, independentes, terem a soberania dos seus países e uma sociedade mais justa.

Por fim, eu queria fazer referência à importante reunião que a CUTHAB realizou na terça-feira sobre a ocupação da Vila Anita, no Partenon, com a presença dos diversos Vereadores da Comissão. Tiramos uma série de encaminhamentos, inclusive hoje se fará uma visita ao Judiciário, a fim de encontrarmos uma solução. O DEMHAB esteve também presente, assumiu o compromisso de buscar uma área alternativa. Estamos pedindo um prazo, que seja suspenso o despejo, a fim de construirmos uma alternativa.

Hoje de manhã, participamos de uma reunião extraordinária, meu Presidente, também no DEMHAB, para tratar da ocupação Morada do Sol, na Zona Norte, com cerca de cem famílias. O referido órgão municipal comprometeu-se a buscar uma construção no sentido do reassentamento dessas famílias. São cinqüenta famílias na Vila Anita e cem famílias na Morada do Sol, onde, pela ação da CUTHAB, eu tenho a esperança de que nós consigamos evitar dois despejos marcados. Inclusive, em relação à Morada do Sol, amanhã é o dia para a saída espontânea, voluntária; depois, será pela força.

A CUTHAB - e saúdo todos os Vereadores que têm estado sempre presentes: o Ver. Mario Fraga, o Ver. Ismael, o Ver. Comassetto, o Ver. Brasinha, o Ver. Vidal - tem feito um esforço. Não é por acaso, Ver. Mario Fraga, que Porto Alegre não tem escutado falar de choques, de mortes, de despejos violentos, por uma ação preventiva que nós, com inúmeras reuniões extraordinárias da Comissão, temos procurado levar adiante. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Esta presidência está recebendo do Dr. Jader Branco Cavalheiro um livro extremamente importante que trata de Lei de Responsabilidade Fiscal: “A Organização do Sistema de Controle Interno Municipal”. Nós queremos agradecer ao Dr. Jader, que tem contribuído muito com esta Casa nas tratativas junto ao Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul. (Palmas.)

 

(Faz-se a entrega do livro.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Dr. Goulart está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Márcio Bins Ely.

 

O SR. DR. GOULART: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, com muita honra recebemos o Secretário Estadual de Educação, José Fortunati, e a Secretária Municipal de Educação, Marilu Medeiros. Foi com muita satisfação, porque, neste momento tão conturbado do espaço político da nossa Pátria, a gente ainda pode destacar um Partido que tem se mantido paralelo, não querendo chegar ao mesmo ponto a que outros políticos deverão chegar num futuro muito próximo: é o PDT. O PDT é um Partido que nasceu do PTB, Partido Trabalhista Brasileiro.

E que luz teve o nosso mais recente filósofo - Leonel de Moura Brizola -, quando se deu conta de que, para haver a complementação do ciclo da abolição, para que o trabalhismo existisse de fato, sem ser escravizado, era necessário que o cidadão tivesse educação. Educação é a palavra. A gente até pensa que tem que mudar a cultura do País; mais do que a Educação, tem que mudar a cultura da terra, para que possamos alcançar a cidadania. E é verdade: a educação é a base de tudo. Se houvesse educação para todo o mundo, nós não teríamos nem necessidade de planejamento familiar. Não teríamos necessidade. Por quê? As mulheres que têm curso científico têm dois filhos; as mulheres que não têm curso nenhum, que não estudam, têm seis, cinco filhos. A educação, por si só, representaria um grande avanço na Saúde.

Nós tivemos o Brizola preocupando-se desde quando era Governador, enchendo este Estado, que lhe pertencia publicamente como Governador, de escolas que existem até hoje: as brizoletas. Quase todas desapareceram, a intempérie as destruiu, mas a lembrança, a memória se conservou; algumas existem para demonstrar, como um marco de importância da educação, as suas paredes levantadas, as suas professorinhas dando aula, os seus professores dando aula.

Logo em seguida, Brizola foi para o Rio de Janeiro, ganhou a eleição e demonstrou a sua

filosofia, preocupando-se com a educação de tempo integral, construindo os CIEPs - maravilha para todos os povos, maravilha para a educação dos povos! Depois, essa idéia foi implantada por Alceu Collares aqui no Estado do Rio Grande do Sul. Escola de tempo integral, que maravilha do mundo, do universo.

 

O Sr. Claudio Sebenelo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Dr. Goulart, eu fiz um aparte durante a fala do Ver. Ervino Besson. Acho que o político deve acreditar em três coisas fundamentais: creche, sala de aula e posto de saúde. Nós continuamos, na cidade de Porto Alegre, fabricando um número incalculável, em um ritmo logarítmico, em um ritmo industrial, uma quantidade fantástica de futuros habitantes das nossas FEBEMs e prisões. E isso nós podemos evitar, com toda a tranqüilidade - a partir da sua tese, dos tempos CIEPs, com tempo integral -, especialmente em relação à Educação Infantil, à pré-escola, em que nós vemos o calcanhar-de-aquiles de todo o processo educacional brasileiro. Muito obrigado.

 

O SR. DR. GOULART: Muito obrigado, Ver. Sebenelo.

Para concluir, quero dizer que a minha meditação há de se estender pelos próximos momentos em que eu falar, porque é um Partido que se afirma, no cenário nacional, como um Partido tranqüilo, que leva a bandeira importante da Educação, um Partido que honra a memória dos seus grandes homens: Jango Goulart, o último Presidente trabalhista do Brasil; Getúlio Vargas, o homem que primeiro se preocupou com a Saúde Pública, o primeiro homem que se preocupou com as leis trabalhistas; Leonel Brizola, o nosso Líder, recentemente falecido; e outros homens importantes que eu posso destacar aqui, como o então Governador Collares.

Então, que bom poder pertencer a um Partido que não precisa se esconder deste momento, um Partido que tremula a sua bandeira, com garra, com honestidade, que é o PDT. Deixei passar três, quatro meses de imbróglio, para falar isso, para não me exibir, mas agora chegou o momento de falar: que bom ser do PDT! Quem é o PDT? O Partido da Educação, mas também o Partido da honestidade. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Encerrado o período de Comunicações. Passamos à

 

PAUTA ESPECIAL

 

DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(06 oradores/10 minutos/com aparte)

5.ª SESSÃO

 

PROC. N. 5071/05 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 011/05, que dispõe sobre as diretrizes orçamentárias para 2006 e dá outras providências. Com Emendas nos. 01 a 07.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Maristela Maffei requer Licença para Tratamento de Saúde; atestado médico juntado.

 

(Obs.: Foi apregoado o Requerimento de Licença da Verª Maristela Maffei e dada posse ao Suplente, conforme consta na Ata.)

 

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, na sexta-feira, cumprindo determinação regimental, nós fizemos uma Audiência Pública para discutir com a coletividade e com os Vereadores a Lei de Diretrizes Orçamentárias. Eram 10h29min quando este Vereador, Presidente da Comissão de Finanças, chegou à Comissão de Finanças. Lá na porta, estavam dois Secretários do Município e suas assessorias, que não entraram na sala enquanto o Presidente não chegou, e a Reunião começava às 10h30min. Para mim foi um fato extraordinário, em primeiro lugar, os Secretários chegarem com as suas assessorias. Foi um fato incomum, mas mais incomum, entendo eu, foi que os Vereadores do Partido do Prefeito não estavam lá para recepcionar e até dar cobertura, se necessário fosse, aos Secretários da Prefeitura da Cidade. Seis Vereadores compareceram: da situação, um, este Vereador, porque era o Presidente, e cinco da oposição, dos quais quatro questionaram os dois Secretários.

Acho que a Reunião foi muito boa, o Ver. Todeschini fez seus questionamentos, a Verª Maristela Maffei também fez, depois se sentiu mal, provavelmente por isso não está presente neste momento, pediu licença para tratamento de saúde. A Verª Sofia também fez perguntas, a Verª Maria Celeste só prestigiou com sua presença, e o Ver. Professor Garcia também fez seus questionamentos. Acho que a Reunião foi muito boa porque a coletividade também questionou os dois Secretários. Questionou, inclusive, quanto à suplementação de verbas, na ordem de três milhões de reais para a Câmara Municipal. Este Vereador tratou de explicar àquela coletividade, àquele representante daquela coletividade as razões da suplementação, as quais foram aceitas.

Na realidade, o Presidente preside e não faz mais do que isso, e eu acho que a situação tinha que estar lá, para que, se houvesse algum problema, os Secretários tivessem suporte, mas não estavam lá. Não estavam lá! Quando eu falo em diminuir o número de Vereadores, já pensam que eu quero tirar os Vereadores eleitos. Não, estou falando no futuro. E, como eu disse, o Presidente preside, e os Vereadores que questionaram foram absolutamente corretos, não saíram em momento nenhum da pauta, não saíram em momento nenhum da Lei de Diretrizes Orçamentárias. É verdade que um assessor, de repente, tentou misturar Governo do Estado com outro assunto. Aí eu disse para ele que não estava na pauta, e ele tranqüilamente aceitou, e a Reunião se desenrolou de forma correta.

Os Secretários explicaram uma das coisas que todas as vezes eu digo aqui desta tribuna: os salários, pela Constituição, são irredutíveis. Então, levantavam-se problemas: “Há 800 milhões, e onde estão os outros 300?” Os Secretários explicaram: “Estão aqui, são pagos pela Prefeitura; esta outra parte, aposentados e pensionistas, é paga pelo Previmpa.” Ficou tudo absolutamente claro, acho que não ficaram muitas dúvidas. O Ver. Todeschini levantou a sua dúvida e continua com ela, sobre o Programa Socioambiental. Hoje mesmo nós fizemos um debate com o Ver. Ervino Besson, e eu disse que a Prefeitura busca recursos no BNDES para fazer o financiamento e que a obra está em andamento, inclusive mostrei que, lá na Av. Campos Velho, o terreno já estava sendo negociado, mas o Vereador insiste. E eu lhe dou razão nisso, quanto antes melhor, quanto mais rápido melhor, porque essa obra de tratamento de esgoto, por exemplo, vem de longa data. A Prefeitura criou uma taxa de pluvial, para que se fizesse o tratamento dos esgotos, recolheu muito dinheiro com essa taxa e continua recolhendo.

Então, foi uma Reunião excelente, porque todos da coletividade ficaram satisfeitos, só lastimamos que, havendo 36 Vereadores na Casa, apenas um sexto deles lá estava, e, da situação, havia somente um. A maioria, quase que a metade dos Vereadores da oposição, lá estava.

 

O Sr. Adeli Sell: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Antonio Dib, com muito respeito, na segunda-feira nós não conseguimos dialogar sobre o tema do funcionalismo - servidores públicos. Vossa Excelência disse que havia uma explicação para os valores, que eu considerava abaixo do que se gasta atualmente, então V. Exª talvez pudesse contribuir com esse debate. Eu presido uma Comissão naquele horário, infelizmente não pude participar, V. Exª sabe do meu gosto por esse tema.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Nobre Ver. Adeli Sell, V. Exª é da oposição, a metade da oposição estava lá, então V. Exª não precisa ficar preocupado.

Os Secretários explicaram que as dificuldades que existem, na nossa interpretação, são que uma parte continua sendo paga pelo Município e a outra parte pelo Previmpa, e o montante é o mesmo que se fazia necessário, portanto os salários são irredutíveis.

Outra parte que deixou muitas dúvidas foi quanto à bimestralidade, quando o Secretário da Fazenda e o Secretário do Planejamento informaram sobre as dificuldades que a Prefeitura enfrenta em razão da execução orçamentária, não sendo possível manter a bimestralidade. Este ano a proposta é pagar o IGP-M dos quatro primeiros meses, porque os outros cinco são deflacionários, e pagar o IPCA. Isso seria, respectivamente, mais ou menos, 4,5%; 2,5%, mais ou menos, pagos a partir de maio, e o restante, 2,09%, se não me engano, a partir de janeiro. Em maio do ano que vem seria reposta a inflação, e, se a Receita da Prefeitura reagir como se espera, os servidores poderão ter mais, vai depender do trabalho dos servidores, que são, realmente, excelentes.

Por outro lado, a coletividade, como eu disse, ficou satisfeita; fez todas as perguntas que queria. E a execução orçamentária deste ano traz imensas dificuldades para a Prefeitura. Para que o Orçamento se apresentasse equilibrado, a Administração anterior colocou como Receita de capital 300 milhões de reais, mais exatamente 297 milhões de reais e uns quebrados. E, dessas Receitas de capital, apenas 4% se realizaram.

Mas também quero chamar a atenção em relação às emendas. Eu quero que as emendas - gostaria, não quero; não posso exigir - fossem apresentadas em tempo hábil, para que aquele que fosse sorteado como Relator pudesse apresentar o seu trabalho com tranqüilidade. Nós temos data para tudo. Já temos aqui sete Emendas hoje, no primeiro dia que foram distribuídas, entraram em 31 de agosto e dia 5 de setembro. Mas há duas Emendas aqui que parecem ser uma disputa de beleza. Uma propõe que a autorização para a suplementação seja de 4%, e não 10%, como está proposto pelo Executivo, que, aliás, era norma de todos os Prefeitos nos últimos 16 anos. E a outra propõe que seja 4,15%; é um trabalho para o Relator decidir qual das duas que vai servir.

Quero dizer que o Ver. Dr. Goulart propõe uma verba para o Hospital Regional da Restinga; e eu o saúdo. Não é o pronto-socorro da Restinga, não é o pronto-socorro da Zona Sul, porque hospital pronto-socorro é uma coisa muito mais complicada do que parece ser. Ele, como um bom médico, está pedindo o Hospital Regional da Restinga, e eu o saúdo. Espero que essa verba realmente seja conseguida, porque quem pediu sabe o que pede. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Margarete Moraes está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Vereadoras e Vereadores, público que nos assiste e que nos prestigia nesta Casa, eu queria dizer com todo o respeito ao Ver. João Dib que nós, Vereadores da oposição, do PCdoB, do PT, do PSB, temos um grande carinho pela Cidade e um grande respeito pelo Executivo e pelo Legislativo, por isso examinamos com muito cuidado e nos interessamos pela Lei de Diretrizes Orçamentárias, que vai reger a questão financeira da Prefeitura de Porto Alegre no ano de 2006.

E aqui eu queria voltar a uma questão que diz respeito ao salário do funcionalismo e relembrar que, na Administração Popular, a Prefeitura de Porto Alegre reconhecia que havia um passivo na suspensão da bimestralidade, porquanto já estava arranhando a Lei de Responsabilidade Fiscal, mas o Governo que hoje está na Prefeitura de Porto Alegre prometeu manter a bimestralidade. Isso saiu numa fala do Prefeito Fogaça - já Prefeito - na revista da Aiamu de março deste ano, ele dizia que ia manter a questão da bimestralidade, mas, a respeito dessa negociação salarial, escreveu-se num panfleto que a bimestralidade vai ser cortada definitivamente.

A Prefeitura de Porto Alegre atual culpa a Administração Popular, porque não vai dar aumento, escreve num panfleto que os municipários de Porto Alegre foram a categoria pública que mais recebeu aumento e faz uma comparação em nível municipal, estadual e federal. Então, agora, a culpa é da Administração passada porque deu aumento demais aos municipários... Alguns Vereadores da situação aqui culpam a não-manutenção da bimestralidade porque a Administração passada nomeou muitos funcionários. Eu quero dizer que discordo disso, que nós fizemos concursos, os funcionários entraram como deve ser, entraram pela porta da frente, sobretudo na área da Educação e da Saúde.

Quando eu era Secretária da Cultura, a primeira decisão que tomei foi a de criar o concurso, porque não havia nada. Não havia cargos, não havia quadros, nós criamos dezessete cargos de técnicos em cultura e dezessete de instrutores de arte do Atelier Livre que estavam faltando. Então, eram necessários esses cargos. A Cidade cresce, a Prefeitura cresce, os serviços crescem, e esses cargos foram votados nesta Casa. Eu gostaria de perguntar, agora, sinceramente, para a Secretária da Educação, para o Secretário da Saúde, se há excesso de funcionários nos seus órgãos. Eu tenho certeza de que não há. Existe, sim, um quadro muito bom na Prefeitura, e todos são necessários para a Cidade.

Faço uma pequena observação ao Ver. Sebastião Melo, que não está presente agora: muitos demonizavam os CCs no nosso tempo, inclusive o Vereador chamava os CCs de “cecezada”, em tom pejorativo, quando os CCs são trabalhadores idealistas que acreditam em um projeto. Inclusive, diziam que não sabiam o número de CCs, Ver. Sebastião Melo, que havia na Prefeitura, como se isso não saísse no Diário Oficial.

Nós respeitamos os CCs e acreditamos que são trabalhadores que têm uma ideologia e que querem fazer alguma coisa por sua Cidade. Mas é importante também ressaltar que o primeiro Projeto enviado pelo Executivo a esta Casa, em regime de urgência, em pleno recesso, Verª Sofia, numa convocação extraordinária, tratava de ampliar o número de Cargos em Comissão na Prefeitura de Porto Alegre. Então, é importante relembrar, porque isso não é uma interpretação. Isso é um fato, e um fato que não pode ser desfeito.

Agora, pelo amor que tenho à arte, pelo amor que tenho à cultura, debrucei-me hoje na LDO, nos itens ligados à Secretaria Municipal da Cultura. Aí, o item 188 da LDO fala (Lê.): “Porto da Inclusão - Artes Visuais e Imagens.” A finalidade dessa verba de 180 mil reais é incentivar a produção artística, a qualificação profissional, a formação de público e a reflexão. Eu concordo com a finalidade, acho que é uma função das artes visuais trabalhar esses itens. Há grande mérito; agora, é muito difícil de se realizar, Ver. Todeschini, porque a Coordenação de Artes Plásticas, por um capricho pessoal da Coordenadora, trocou de nome. Não se chama mais Coordenação de Artes Plásticas, chama-se Coordenação de Artes Visuais, o que engloba fotografia, só que há uma outra coordenação: a Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia na própria Secretaria; inclusive, isso diz respeito a ignorar todos os trâmites mínimos regimentais.

O mais grave da Coordenação de Artes Plásticas - estou fazendo uma denúncia pública muito séria neste momento - é que, ignorando as diretrizes da equipe do Patrimônio Histórico que restaurou o Paço Municipal, um bem tombado, um bem público, ela roubou os espaços de exposição no Paço, conforme a programação da Epahc, que eram abertos à visitação. Eram espaços públicos, cuja maior função é servir a população - as obras de arte existem para serem vistas; transformaram-se esses dois espaços em espaços administrativos. É como se a Coordenação de Artes Cênicas fizesse a sua sala no palco do Teatro Renascença.

Então, a Coordenação de Artes Plásticas, que tinha sala na Usina, que tinha sala no Centro Municipal de Cultura, resolveu fazer a sua sala administrativa no Paço Municipal, em um espaço que é de exposição, conforme as regras do tombamento. Essa pessoa não tem nenhuma delicadeza, nenhum trato, nenhum respeito pelos funcionários, ela está sendo processada por dois funcionários. Inclusive, ela mandou serrar painéis de exposição, e um engenheiro da Secretaria não acatou a ordem.

Também um outro espaço público, que é o espaço de exposições do saguão do Centro Municipal de Cultura, foi fechado. Era um espaço do projeto original, Ver. Gerson, ainda do tempo do Prefeito Villela, um espaço importante em que os jovens artistas, os alunos, os estudantes do Atelier Livre aprendiam a montar uma exposição como artistas profissionais, onde colocavam os seus trabalhos, até para serem avaliados pelas pessoas.

Uma das boas tradições era o Salão Internacional de Desenho de Imprensa, que é um trabalho coletivo entre a Secretaria Municipal da Cultura e a Grafar - Grafistas Associados. E Porto Alegre é forte nessa área, nós temos inúmeros talentos, como Edgar Vasques, o Santiago, o Bier, etc. E, neste ano, houve um desrespeito total, foi esvaziado o Salão de Desenho de Imprensa, a Grafar não foi recebida. Pela primeira vez, saiu o Salão, que, apesar do alto nível dos expositores, foi uma vergonha. Eu estive lá, não havia nada, nem os grafistas estavam, e a exposição na Usina teve que se mudar, no meio da exposição, para o saguão do Centro Municipal de Cultura.

Eu quero fazer um apelo aqui, com muita sinceridade, ao Secretário Sérgio Gonzaga, porque ele é um intelectual muito respeitado e não pode aceitar esses desmandos que estão acontecendo com a Coordenação de Artes Plásticas na Secretaria Municipal da Cultura.

Eu queria me referir, também, ao item número 189, de incentivo ao curta-metragem. Aqui está a nossa boa herança, aquilo que deixamos. E quero fazer um elogio ao Coordenador Bernardo de Souza e à bela equipe dessa Coordenação, que mantém esse concurso, porque nenhum artista dança, pinta ou borda para si mesmo: ele quer ser visto; então, é um concurso que incentiva a difusão dos curtas-metragens na nossa Cidade.

Em relação ao item 192, o carnaval, eu ainda estou procurando na LDO a continuidade das obras do Porto Seco. Eu tenho muita esperança de que essas obras estejam relacionadas lá - além dos sete barracões já construídos -, tenho esperança de que o atual Governo consiga concluir essa obra.

Eu gostaria de me referir com muita ênfase ao item 195, que diz respeito à democratização cultural, que, na verdade, muda o título de descentralização da cultura. E há uma denúncia muito grande por parte dos artistas de Porto Alegre - e o Jornal do Comércio hoje divulga -, em que eles sugerem a demissão dos representantes culturais. Isso é muito sério. Acho que há quinze anos não acontece uma manifestação dos artistas desse porte, pelo desmando que há, pelo fim do projeto de descentralização da cultura. Quando o Secretário Vítor saiu, havia mais de cento e vinte oficinas em funcionamento na periferia. Isso simplesmente acabou. E, nas parcas oficinas que há hoje, há mais de sessenta dias os oficineiros não recebem, o Governo Municipal está devendo para os oficineiros.

Eu quero trazer, na próxima discussão da LDO, mais detalhes sobre essa discussão, da descentralização da cultura, pelo descaso, pelo desmando e pela destruição da Usina do Gasômetro, que, em tão pouco tempo, já está acontecendo. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; prezados colegas Vereadores; prezadas colegas Vereadoras, prezado público que nos assiste, na continuidade da discussão da Lei de Diretrizes Orçamentárias, que é um desdobramento do Plano Plurianual, quero relembrar a todos os colegas Vereadores e Vereadoras o item que trata da verba de suplementação. A atual gestão propõe 10% sobre os 2 bilhões, o que dá 180 milhões. Nós já apresentamos uma Emenda, também o Ver. Professor Garcia apresentou Emenda no mesmo sentido. Se não corrigirmos pela média dos anos anteriores, que foi em torno de 4,15%, nós estaremos dando um cheque em branco.

Eu vou repetir esse tema até o dia que aprovarmos uma Emenda ajustando a suplementação orçamentária no valor histórico dos últimos anos. Já temos a palavra, aqui, do Ver. João Antonio Dib sobre esse ponto, no sentido de readequarmos a suplementação pela média anual dos anos anteriores, isso é um debate acumulado aqui. Vou provocar essa discussão, porque esse é um tema importante, e nós devemos construir essa discussão até a aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias.

 

O Sr. Sebastião Melo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Carlos Comassetto, muito obrigado pelo aparte. Quero dizer a V. Exª que eu estava aqui na última Legislatura, e o seu Governo sempre mandou para esta Casa uma proposta de 10%, sempre mandou, em todas as Lei de Diretrizes Orçamentárias. E esta Casa construiu uma média de 4%, 4,25% sobre essa matéria. Eu quero dizer que vou caminhar nessa direção. Eu acho que o Governo já deveria ter mandado, na minha avaliação, os quatro e pouco por cento, mas mandou os 10%. Esta Casa, de forma coletiva, vai construir, e eu vou me somar, por um processo de coerência com aquilo que aqui defendi ao longo do tempo. Portanto, estarei também nessa direção.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Muito obrigado, Ver. Sebastião Melo.

Eu estava na sociedade, lembro que V. Exª era um oposicionista forte aos índices que eram mandados, V. Exª trazia para a média dos 4%. Portanto, temos mais um Vereador, mais um Partido já assumindo essa posição na construção da média que temos que fazer aqui para a justeza dos procedimentos político-administrativos.

A segunda questão que trago hoje para o debate é que nos surpreendem alguns números apresentados. Números quantitativos que simbolizam a visão de qualificação da Cidade. Um tema sobre o qual nós precisamos nos debruçar chama-se Programa Cidade Integrada, que significa querer integrar a Cidade, significa querer dinamizá-la através das vias estruturais. Vias estruturais são todos os projetos que foram executados, como a 3ª Perimetral, como a Av. Juca Batista, enfim, as vias que estruturam a Cidade. E o Governo apresenta aqui, na página 11, como Programa Cidade Integrada: “Vias estruturais, vias qualificadas, meta para 2006: 300 metros.” Trezentos metros?! Nós não vamos nem ao bar da esquina.

Portanto, colegas Vereadores e Vereadoras, nós temos, no mínimo, que manter a média dos últimos 16 anos, quando foram alcançados 300 quilômetros de vias pavimentadas, com uma média de 19 quilômetros de ruas pavimentadas/ano. Se o Governo está propondo 300 metros, não dá!

Nós apresentamos duas Emendas ao Plurianual. Uma era a continuidade da duplicação da Av. Juca Batista, Ver. Dr. Goulart, do início da Av. Edgar Pires de Castro até a Restinga, um trecho de cerca de quatro quilômetros. Se não colocarmos como meta na Lei de Diretrizes Orçamentárias, com certeza isso não vai ser tratado nesses quatro anos. Com os 300 metros que estão sendo propostos pelo Governo Municipal como vias estruturadoras, vias qualificadas, nós vamos conseguir fazer, Ver. Mario Fraga, Líder da Base do Governo, sequer uma via estruturadora pavimentada. E, na nossa Cidade, temos ainda muitas vias que precisamos qualificar: Av. Oscar Pereira, Av. Vicente Monteggia, Av. Edgar Pires de Castro.

Eu poderia citar inúmeras vias estruturadoras que estavam, sim, no cronograma do nosso Governo, até então apresentando continuidade. Creio que esse é um bom programa. E, se foi dito que os bons projetos têm de continuar... Eu não vejo um cidadão em Porto Alegre que aceite reduzir a lógica de investimento nas vias estruturadoras da nossa Capital, porque são elas que ligam as comunidades, que dão a dinâmica, que estabelecem o desenvolvimento social, econômico e político. Portanto, na página 11, onde diz: “Cidade integrada, vias estruturadoras, vias qualificadas, 300 metros”, esse número, no mínimo, está errado. Se nós deixamos uma média de 19 quilômetros/ano, talvez o Governo tenha se enganado, talvez quisesse dizer 30 quilômetros/ano em vez de 300 metros. Aí superará a sua expectativa na média de investimento.

Dito isso, eu chamo a atenção de todos para observarem a página 56, onde o Governo atual propõe, para os anos de 2006, 2007 e 2008, o que ele chama de operação de crédito, que é captação de recursos para investir em obras novas. E, para surpresa nossa, do ano de 2006 ao ano de 2008, esse quantitativo aqui apresentado como expectativa de uma lógica de projetos futuros, em 2006, é de 73 milhões, mas, em 2007, ele vem para 56 milhões e, em 2008, fica em 58 milhões. O que eu quero dizer com isso? Com essa curva da possibilidade da captação de recursos, senhoras e senhores, a proposta do Governo de novos investimentos não aumenta; é uma curva que diminui. Portanto, eu gostaria de discutir esse valor com a base do Governo. Gostaria que o Governo nos explicasse quais são os projetos que estão previstos; talvez sejam as vias estruturadoras. Porque, se estão previstos 300 metros, e o valor aqui decresce, talvez seja mesmo essa a meta do Governo. Mas, se for essa a meta do Governo, Ver. Luiz Braz, não podemos aceitar, sejamos nós, os Vereadores da oposição, ou V. Exas., Vereadores da base de sustentação do Governo. Esse é um tema, sob o ponto de vista da qualificação da Cidade, senhoras e senhores, importante de discutirmos.

Outro tema importante que eu gostaria de frisar: hoje estamos discutindo a Região Centro da cidade de Porto Alegre no que diz respeito à remodelação da economia informal, ou dos ambulantes, camelôs e assim por diante; nós entendemos que o modelo de Cidade descentralizada é o mais correto. E, quando pensamos no Centro, Ver. João Dib, nós não podemos pensar exclusivamente no Centro, temos que pensar a Cidade descentralizada.

Este Vereador apresentou uma Emenda ao Plurianual - ela foi aprovada, está na página 11, na parte em que fala “Cresce Porto Alegre” - para constituir o Centro de Economia Popular da Restinga em 2007, com prédios e demais instalações. E o Governo coloca, na meta para 2006, zero. Bom, não estamos de acordo com que a meta seja zero para 2006. No Plurianual, aprovamos a criação, na Restinga, do Centro de Economia Informal, ou Centro de Economia Popular, ou Shopping Popular, seja qual for o nome, que é para absorver aquelas pessoas que necessitam ter atividade econômica, que buscam um espaço legal na Cidade. Este Projeto, Sr. Presidente, tem por objetivo fortalecer os centros e os bairros. Se nós o aprovamos no Plano Plurianual, Ver. Nereu, o Governo não pode propor, como meta para 2006, uma execução zero. Portanto, não estamos de acordo também com essa orientação política até então apresentada. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público presente e assistência do Canal 16, mais uma vez nós estamos aqui debatendo a Lei de Diretrizes Orçamentárias, depois da extensa e intensiva tarefa de discutir e aprovar o Plano Plurianual, que orienta e subordina esta Lei, que vai tratar dos investimentos e dos programas políticos para o próximo período.

Tive também o prazer e a oportunidade de participar, na sexta-feira de manhã, da Audiência da CEFOR, presidida pelo Ver. João Dib, a quem cumprimento. Estávamos em seis Vereadores no debate, conforme destacado pelo nobre Ver. João Dib, e com a presença do Governo, que, ao longo dos debates, dos questionamentos, fez aumentar as minhas preocupações. Isso porque questões muitíssimo importantes foram aqui reveladas pelas palavras dos representantes do Governo, por intermédio do Dr. Portella, do Gabinete de Planejamento, e do Sr. Cristiano Tatsch, Secretário da Fazenda.

Entre as preocupações maiores está a questão de Porto Alegre ser uma Cidade que tem grande capacidade de contratação de financiamentos, na ordem de mais de um bilhão de reais, e está prevista, na Lei de Diretrizes Orçamentárias, uma estimativa de 60 de milhões de reais apenas, o que indica, Ver. Gerson Almeida, que programas importantíssimos - a exemplo do Projeto Integrado Socioambiental - não terão andamento, porque não há previsão orçamentária, sequer de lei, para a execução do ano que vem.

Mas isso é uma parte do problema e é grave porque há toda uma argumentação de que houve um pedido de protelação de pagamento das prestações do financiamento contratado com o BID, por conta de integrar e amortizar as parcelas da 3ª Perimetral. Isso serviria de justificativa para Porto Alegre não estar contratando ou em condições de contratar financiamento. Afirmação que eu refuto, que eu digo que não é verdade, porque Porto Alegre tem, de um lado, uma alta capacidade para endividamento, o que denota uma boa administração e uma situação financeira exemplar; e, de outro lado, uma inércia, uma omissão quanto à busca e à procura de outras fontes de financiamento que são perfeitamente possíveis. Se não se tem o BID, é possível ter o BIRD, que é o Banco Mundial; é possível ter o BNDES; é possível ter a Caixa Econômica Federal, e é possível, ainda, ter o Projeto em andamento com recursos tarifários do próprio DMAE. O Projeto foi concebido e pensado assim.

Eu entendo aqui a preocupação do nobre Ver. João Dib, muito qualificado e competente, que faz sempre um esforço gigantesco para defender o Governo, visto que é fiel e leal por ser da base aliada, disse aqui que o Projeto está em andamento. Mas não foi isso que disse o representante do Governo na Reunião. O que disse o representante do Governo na Reunião? Que o Projeto não existe; Projeto que não existe não tem por que continuar. Portanto, é uma declaração, é a palavra de quem estava falando em nome do Prefeito aqui nesta Casa, nobre Ver. João Dib.

 

O Sr. Gerson Almeida: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Caro companheiro Todeschini, queria aproveitar o seu pronunciamento e chamar a atenção para uma questão sobre a qual, parece-me, a Câmara precisa se debruçar, de fato, especialmente V. Exª e o próprio Ver. João Dib, que foram dirigentes do DMAE. Nesses 16 anos, dois Programas - o Pró-Guaíba e o Guaíba Vive - praticamente se para duplicar o nível de tratamento de esgotos da Cidade. A preocupação que o seu pronunciamento traz deve ser agregada a uma outra, que é o anúncio feito pelo próprio Governo do Estado de que o Pró-Guaíba deve ser interrompido em função da incapacidade de financiamentos do Estado. Então, parece-me que todo o esforço, nessa última década e meia, de despoluição do Guaíba, de todo o estuário, pode ser colocado por terra, se o Pró-Guaíba e o Guaíba Vive, que articulam com dez Secretarias o Programa Socioambiental, não forem efetivamente levados em conta. Esse é um tema de vital importância para a Cidade e deve ser objeto de intenso debate aqui na Cidade e até no Estado do Rio Grande do Sul.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Obrigado pelo aparte.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Carlos Todeschini, nenhum administrador, por mais medíocre que fosse, deixaria de fazer empréstimo para viabilizar a execução orçamentária. O Orçamento deste ano prevê 300 milhões de reais; só conseguiu realizar 12 milhões. Por isso eu disse que a Liderança do Governo deveria estar lá, porque os dois Secretários não são capazes de responder todas as coisas; pode ter certeza, V. Exª sabe muito bem. Quanto ao DMAE, V. Exª responderia tudo, a respeito do DEP também, mas, se eu lhe perguntasse sobre a SMT, não saberia. Então, a Liderança deveria estar lá para dizer, como eu disse hoje: o Projeto continua, sim, há dificuldade em obter empréstimo, eles vão buscar no BNDES - V. Exª até sugeriu isso. Eu vi, estive lá no DMAE e vi que o Projeto continua em ação. E acho que V. Exª tem de fazer isto mesmo: exigir, exigir e exigir.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Muito obrigado, Ver. João Antonio Dib.

A partir da contribuição do nobre Ver. Gerson Almeida, é importante que se diga que o Programa do Governo do Estado, o Pró-Guaíba, aportou, sim, contribuição importantíssima e fundamental. Por isso precisamos ter aqui uma visão arrojada de Governo, de Cidade, porque este Programa representa um investimento de mais de 350 milhões de reais, o que dinamiza toda a economia, o que qualifica o meio ambiente e o que traz respostas há muito esperadas por aquela população sofrida.

Nós não podemos concordar com as palavras do Dr. Portella, que disse exatamente isto - basta recorrer às notas taquigráficas: o Programa que começou é um Programa que não existe, portanto não tem como ser continuado. São Programas do próprio Governo, que denota um equívoco e uma falta de conhecimento, porque esse Programa já tem cinco anos de trabalho, tem elaboração de projetos, estudos, reuniões e audiências com a comunidade, tem todos os licenciamentos ambientais obtidos. E, de mais a mais, na pior das hipóteses, se nenhum financiamento for viabilizado, a própria tarifa do DMAE está preparada para dar conta do Projeto. Isso é importante, e a Cidade espera, porque são mais de 1.600 famílias que vivem em área de risco e que dependem do Projeto. O Guaíba aguarda, os porto-alegrenses e os gaúchos aguardam pela despoluição e a devolução da balneabilidade do nosso lago, dos programas de implantação dos parques, do sistema de proteção contra as cheias. Portanto, nós não podemos acordar, de forma alguma, com o que foi dito aqui pelos representantes do Governo, pois eles estão completamente equivocados.

Uma outra questão que me chamou a atenção foi que os representantes do Governo, nos seus pronunciamentos, disseram que o Governo da Administração Popular, entre os anos de 2002 e 2004, concedeu um aumento acumulado de 33,5%, considerando um exagero esse aumento dado ao funcionalismo - não são palavras minhas, são palavras deste Governo - e que, portanto, não se justifica o pagamento da bimestralidade, por ser algo irreal, por ser algo insustentável. Daí a opção de acabar com o pagamento da bimestralidade. No entanto, isso desdiz aquilo que o Sr. Prefeito falou na revista da Aiamu: “A bimestralidade está na lei, nós temos de cumprir. E, havendo folga, do ponto de vista da Lei de Responsabilidade Fiscal, nós vamos cumprir”. Pelo que constatei, com a mudança dos critérios de cálculo - que ocorreu, inclusive, a partir de uma crítica feita ao Governo anterior, ao nosso Governo -, há uma elasticidade, há margem para viabilizar o pagamento da bimestralidade.

Portanto, essas não são questões menores; são pronunciamentos públicos, documentados por revistas sérias, colocando o Governo na obrigação de dar respostas coerentes com aquilo que foi apregoado, com aquilo que foi dito e com aquilo que levou muitas pessoas a votarem nesse projeto, que é o projeto vencedor. O nosso papel aqui é fiscalizar, é controlar e fazer com que os programas sejam cumpridos. Muito obrigado pela atenção.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

O SR. RAUL CARRION: Exmo. Ver. Elói Guimarães, demais Vereadores, pessoas que nos acompanham pela TV Câmara ou aqui no Plenário, em primeiro lugar, eu queria dizer que as informações que nos chegam, Ver. Oliboni, é de houve uma discussão muito precária, no Orçamento Participativo, desta LDO. Também sinto carência de uma Justificativa maior. Nós temos uma Justificativa neste Projeto, que é tão importante, Ver. Elói Guimarães, que se resume a dois parágrafos e dez linhas. Veja bem, Verª Neuza, a LDO desta Cidade tem uma Justificativa, uma Exposição de Motivos de dois parágrafos e dez linhas. É claro que isso não é o essencial, o essencial é o conteúdo, mas falo em função da importância desta Lei, Ver. Nereu, que é antigo nesta Casa, sabedor de que é um Projeto que exigiria uma maior fundamentação, uma maior Justificativa para apreciação desta Casa. Mas debitemos isso do fato de ser o primeiro ano de Governo, da falta de experiência da equipe e passemos adiante.

Preocupa-me, Ver. João Dib, o art. 7º da LDO, que diz as ações constantes do Plano Plurianual 2006/2009 poderão corresponder, na Lei Orçamentária Anual, aos projetos, atividades e expor operações especiais. Eu creio que deve haver uma vinculação maior, não é uma coisa ao alvedrio do Executivo: “até pode”. A impressão que a gente tem é esta: “Até pode” a LDO contemplar, Ver. Elói, o que nós determinamos no Plurianual. Creio que não pode ser assim. O que eu entendo é que há uma certa hierarquia. Eu me recordo de quantas Emendas fazíamos à LDO, e dizia-se: “Não, não consta do Plurianual, não pode ser aprovado.” Ou se nós fazemos emendas à Lei Orgânica: “Não, isso não está previsto na LDO, isso não está previsto no Plurianual, portanto é nulo.” Mas aqui é o contrário, poderá até estar no Plano Plurianual o que a LDO determinar. Eu creio que teria que ser mais vinculado.

E o parágrafo único ainda diz que a inclusão, a alteração ou a exclusão de ações poderão ocorrer por intermédio da Lei Orçamentária Anual de 2006. Eu creio que é o contrário. Não é a Lei Orçamentária que tira ou coloca ações, é a LDO que determina, e a Lei Orçamentária se subordina. Nós estamos vendo uma certa inversão da ordem das coisas, ou seja, “a carreta está adiante dos bois” na formulação aqui. Eu creio que nós teremos que corrigir o art. 7º e o seu parágrafo único.

Bem, seguindo na análise do Projeto da LDO, já outros Vereadores têm se debruçado sobre isso, e eu queria, como é a minha primeira intervenção, tratar também da questão da suplementação que é autorizada ao Executivo, no seu art. 14, que autoriza uma suplementação de até 10%, Ver. Dib. Eu fiz os cálculos, e isso dá, nos quatro anos, quase um bilhão de reais! Ou seja, o Executivo, Ver. Dib, com quase um bilhão nesses quatro anos, não precisaria, para suplementar, de uma autorização desta Casa. Parece-me...

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte?

 

O SR. RAUL CARRION: Só gostaria de concluir o raciocínio, eu lhe darei posteriormente o tempo. Vá guardando e anotando, talvez V. Exª tenha muitas insatisfações, mas, como Vereador da situação, pretende dizer amém. Nós, como Vereadores da oposição responsável, não diremos amém àquilo que não for correto. Eu lhe darei um aparte no devido momento, só lhe peço paciência.

Já foi dito aqui que esta Casa, no ano passado, ficou em 3%. E eu ainda consultava o Ver. Sebastião Melo, que, em todos os anos da Legislatura passada, entrou com uma Emenda colocando o percentual por ação, não é isso? Por exemplo, tal ação tem 30 mil, então pode ser suplementada em 3%, significando 900 reais para aquela ação, em vez de ser uma suplementação geral. Eu entendo que pode ser demasiado engessador. Eu consultava se o Ver. Melo iria fazer essa emenda neste ano, ou se agora deixará de fazer, porque é da situação. Não digo que votarei na sua Emenda, Vereador, eu a apreciarei, de repente farei uma subemenda para não engessar tanto o Governo, porque eu sempre questionei o nível do engessamento, mas a idéia, agora, seria esperar que V. Exª fizesse essa Emenda.

Bem, eu creio que não é possível suplementação de 10%, assim, a rodo. Alguns chegavam também ao exagero de 0,5%, só porque eram oposição, não é, Ver. Dib? Mas nós cremos que poderemos ficar nos 3% este ano. O Governo atual tem maioria nesta Casa, então não precisa sequer temer; nós trabalhávamos com minoria, Ver. Sebastião, então tínhamos de garantir uma certa suplementação. O atual Governo tem maioria de dois terços e quer 10%, Ver. Dib, o que acho um exagero.

Queria também tratar, já outros Vereadores o fizeram, do art. 15 e do art. 16, que criam dois novos programas. Eu entendo que é possível. Mas lei específica que diz do Plano Plurianual, eu entendo que é lei específica do mesmo nível. Então, acho que o Governo deveria mandar uma lei específica alterando o Plano Plurianual, enquanto lei, e não dentro da LDO. Mas é uma discussão. Também não estão definidos os recursos nesses dois novos programas, não estão definidas metas, não existe sequer uma descrição, finalidade, não existe órgão executor. Se a LDO pode criar um programa no Plurianual, que seja com tudo que no Plano Plurianual vem e não da forma capenga que está neste Projeto aqui.

Há também uma questão até hoje que não foi explicada. O próprio Ver. Dib demonstrou sua preocupação. Como é que os recursos para o pagamento de pessoal baixam de um bilhão e 28 mil reais no ano que vem para 738 milhões em 2006, 779 milhões em 2007 e 817 milhões em 2008? Vai haver uma demissão em massa? O que está previsto? Vão rebaixar os salários? Eu creio que o Executivo devia responder, quem sabe o Ver. Dib nos ajude e esclareça.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Raul Carrion, V. Exª é responsável como oposição, mas eu sou responsável sempre. Já foi explicado hoje ainda e em outras vezes: parte dos vencimentos é paga diretamente pela Prefeitura, outra parte pelo Previmpa. Todos nós sabemos que existem Emendas de 4% e 4,15%, até fazendo uma média. Ninguém sabe porque é 4%, 4,5% ou 5%. Se algum dia quiser, vou explicar porque é 4%, mas hoje não vou fazê-lo...

 

O SR. RAUL CARRION: Então já temos acordo.

 

O Sr. João Antonio Dib: Mas vou lhe tomar o tempo. Responsabilidade deve estar sempre presente nos nossos pronunciamentos.

 

O SR. RAUL CARRION: E temos acordo de que não seja 10%.

Por outra parte, quero reconhecer aqui que as nossas Emendas ao Plano Plurianual foram contempladas na LDO, ou seja, a questão do Museu de Artes, das publicações da Câmara, do Mapa Fundiário de Porto Alegre - fundamental para qualquer iniciativa de enfrentar os vazios urbanos -, da Semana Municipal de Artesanato, da reinserção de pessoas com mais de 40 anos de idade com dificuldade de empregabilidade, de todo um trabalho com os egressos do sistema prisional, do Centro Politécnico de Alta Tecnologia, dos sanitários públicos, do Dia da Literatura e do Folclore, do Dia da Anemia Falciforme, da Semana da Capoeira, das casas de emergência e do apoio jurídico para regularização fundiária.

Então, nesse sentido, a LDO respeitou as Emendas que este Vereador havia feito no Plano Plurianual, e creio que, evidentemente, a Lei Orçamentária fará da mesma forma. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para discutir a Pauta Especial. (Pausa.) Ausente. A Verª Maria Celeste está com a palavra para discutir a Pauta Especial. (Pausa.) Ausente. A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, a mim também preocupa essa questão de pessoal na Lei de Diretrizes Orçamentárias, quando se apresentam números que não são alvissareiros. Mas, por mais que se busque, que se tente explicar que talvez seja a questão do Previmpa, nós temos, de fato, um aumento importante em outras despesas, as quais poderão significar um aumento de terceirização em vez de investimento na nomeação de funcionários efetivos, que serão qualificados progressivamente, que terão compromisso muito diferente da terceirização de serviços.

Eu estou fazendo, juntamente com a minha Bancada, um Pedido de Informações - já foi encaminhado ao Governo Municipal -, perguntando ou solicitando um demonstrativo contábil dessa diferença que aparece. Acho que a Câmara de Vereadores merece uma explicação mais clara a respeito dessa redução nos recursos previstos para pessoal, a respeito de qual foi o valor efetivamente pago com pensionistas, com aposentados e o que está previsto no Previmpa. Há, Ver. Dib, sim, uma mudança que entra em curso agora em setembro: a aplicação da alíquota - e veio para cá o cálculo atuarial - de 11% de desconto do funcionalismo; alíquota essa que foi extremamente polêmica nesta Casa no ano passado. Eu diria que essa alíquota foi um dos motes de maior desgaste, não o maior, porque a suspensão temporária da bimestralidade foi o maior desgaste em relação ao funcionalismo. Mas o início da radicalização do movimento dos municipários, de forma partidária, deu-se na discussão da alíquota da Previdência, que era uma imposição legal; e o líder daquele movimento, hoje, é Presidente do Previmpa. Então, as implicações de um aumento de desconto da alíquota devem ser apresentadas para nós. Como isso repercute no Orçamento? Como repercute nos gastos de pessoal?

Outra questão que fiz - e espero que venha a resposta antes da votação - faz referência as outras despesas correntes. Nos valores previstos na LDO para 2006, comparativamente ao executar 2004, há um aumento de 80,8%, o que equivalente a mais de 476 milhões. Então, também solicitamos um demonstrativo contábil desse aumento previsto; certamente o Secretário Tatsch e o Prefeito devem saber o que isso significa e se a isso corresponde um aumento de terceirização, Ver. Dib.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte?

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: O senhor já vai responder pelo Governo, Ver. Dib? Por favor, brevemente, porque eu quero continuar fazendo perguntas.

 

O Sr. João Antonio Dib: Nobre Verª Sofia Cavedon, eu não respondo pelo Governo, sou um simples Vereador, mas razoavelmente atento. Eu já expliquei dez vezes que parte dos recursos para pagamento de pessoal é feito diretamente pela Prefeitura, 800 milhões, mais ou menos, e cerca de 300 milhões é feito pelo Previmpa, para os pensionistas e aposentados. E mais: a alíquota de 11% foi imposta pela Administração anterior.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Votada! Votada por esta Câmara.

 

O Sr. João Antonio Dib: Claro, a imposição se fez em razão de lei maior. O Município, por intermédio das suas entidades, tentou diminuir a alíquota, mas não conseguiu. Tudo o que conseguiu foi 9%, 10% e, depois, 11%; agora, chegou nos 11%. Mas eu acho que todos votamos, por unanimidade.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: A imposição à que V. Exª se refere foi votada pelo conjunto desta Câmara, com um parcelamento mediante cálculo atuarial. Acho que foi bem razoável a solução.

Ver. Dib, de todo o modo, o Governo deve explicar claramente como ficarão essas outras despesas e mais as contradições que ele mesmo aponta na sua LDO. A Comissão de Educação, no primeiro semestre, esteve na Restinga, e, em duas escolas, a falta de reposição de recursos humanos era uma situação apontada: a Escola Dolores Alcaraz Caldas, no primeiro semestre, não sei se permanece, e a Escola Mário Quintana, que desfilou protestando no desfile de 7 de Setembro agora. Eles protestaram porque continuam, desde o início do ano, sem professor de Matemática e com problemas de recursos financeiros. Na semana passada, na quarta-feira, suspenderam a refeição escolar por não terem recursos na escola para comprar sabão de limpeza da louça. Pararam, e isso foi resolvido emergencialmente.

Isso eu trago exemplarmente, mas nós sabemos que, sobre o problema de RH, a Prefeitura está enfrentando um movimento sério dos municipários. Sabemos que a situação dos recursos da Prefeitura não é fácil. Como que no Plurianual se prevêem novos aumentos de pessoal? Necessariamente, na minha opinião. Eu sei que o Turno Integral se trata de um programa de Governo, mas ninguém deseja que se realize turno integral em Porto Alegre sem a devida qualidade no atendimento das crianças. Não é possível manter crianças e adolescentes dez horas na escola, se não tivermos um trabalho qualificado, feito por profissionais qualificados, com estrutura e material para ofertar boas atividades durante o dia inteiro. Não é possível, portanto, que se prevejam, na LDO, 600 crianças em turno integral no ano de 2006, numa situação como a de hoje, quando temos falta de pessoal, de reposição de pessoal e com a dificuldade que o Governo tem em negociar uma política salarial com a Prefeitura.

Então, esta é a pergunta: como resolve esse dilema o Governo Fogaça? Vai ampliar turno? Eu até acho que é importante e necessário para algumas crianças, mas o Governo deve considerar as condições, o espaço físico, porque praticamente nenhuma escola tem a possibilidade de dobrar turno - talvez uma ou outra -, em função do atual espaço físico; o que dirá dos recursos humanos para garantir um trabalho adequado, qualificado no outro turno. Portanto, não é possível que o Governo não explique. Eu fiz essa pergunta aos Secretários Portella e Tatsch na Audiência Pública.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte?

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Lá vem o Ver. Dib querendo responder pelo Governo. O Secretário Portella disse que a Secretária Marilu deverá saber como enfrentar a situação. Mas como assim? De onde ela tirará recursos humanos, se não do Orçamento público?

 

O Sr. João Antonio Dib: Nobre Vereadora, eu recomendaria a V. Exª e aos demais Pares que leiam o Diário Oficial do dia 6 de setembro, porque já dá para ter uma idéia do que será a Proposta Orçamentária. O Prefeito está baixando Ordem de Serviço, determinando aos Secretários que se manifestem para elaboração, já que há prazo para entregar a Proposta Orçamentária. Seria muito interessante que todos os Vereadores conhecessem as bases do provável Orçamento para o próximo ano.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Nós leremos. Eu quero ver, com certeza, como é que se resolve esse dilema da dificuldade orçamentária e da ampliação de recursos humanos, Ver. Dib. Que eu saiba a Saúde tem um grande problema de pessoal também, e, diferente do pensamento de alguns Vereadores, nunca houve inchaço na rede municipal nem de ensino, nem de Saúde; tenta-se e sempre resolver os problemas de lacunas. Todos nós sabemos que há dificuldades de atendimento médico, uma delas diz respeito ao número de profissionais em todas as áreas. Então, no Orçamento veremos se está resolvido e equacionado esse tema! Acho difícil!

Quero chamar a atenção para algumas outras incoerências. Olha que, na Educação, o Programa Abrindo Espaços, pelo jeito, será um dos programas importantes da Educação no Município. Considerando que o Município tem 92 escolas, eu queria entender como se propõe a abrir espaços, e aí a unidade de medida prevista é o número de espaços abertos, portanto de escolas, eu entendo, a não ser que seja número de salas de aulas ou número de quadras. Diz lá (Lê.): “Na Educação Especial serão abertos 40”, em termos de espaços, ou seja, comunidades/escolas atendidas, e nós temos quatro escolas de Educação Especial. “Serão abertas, na Educação Infantil, 88 escolas abertas à comunidade”, e nós temos 33; 40 escolas, se considerarmos os jardins de praça. “No Ensino Fundamental, serão abertos 359; no Ensino Médio, 14.” Isso dá quase 500 novos espaços a partir do programa Abrindo Espaços, da SMED.

Essa forma de avaliar, para mim, significaria escolas e comunidades atendidas, quase 500 numa rede de 92. Será que a SMED vai estar trabalhando com outros espaços que não sejam os seus próprios? Fica difícil de avaliar, Ver. Haroldo, que me ouve com atenção. Fica muito difícil votar um Projeto tão aberto, que vai determinar, no ano que vem, a Educação do Município.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Encerrada a Pauta Especial.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. N. 1724/01 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N. 011/01, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que altera a Lei Complementar n. 234, de 10 de outubro de 1990, e alterações posteriores, obrigando o Executivo Municipal, os mercados, supermercados e os centros comerciais a colocarem à disposição da população postos de entrega voluntária de lixo reciclável e dá outras providências. Com Emendas nos. 01 e 02.

 

PROC. N. 2225/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 104/03, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que proíbe a comercialização de produtos acondicionados em garrafas de vidro ou assemelhados, em qualquer local a menos de 150 metros da orla do Guaíba, no Município de Porto Alegre. Com Substitutivos nos. 01 e 02.

 

PROC. N. 4884/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 234/05, de autoria do Ver. Adeli Sell, que estabelece a obrigatoriedade de publicidade dos atos administrativos de pessoal próprio da administração indireta do Município, mediante publicação no DOPA, com periodicidade não superior a trinta dias. Com Emenda n. 01.

 

PROC. N. 4990/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 238/05, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Victor Cramer um logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro Mário Quintana.

 

PROC. N. 4784/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 226/05, de autoria do Ver. Claudio Sebenelo, que dispõe sobre a proteção ao idoso e dá outras providências.

 

PROC. N. 4998/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 239/05, de autoria da Ver.ª Neuza Canabarro, que institui a “Semana Cidade Limpa” no Município de Porto Alegre, no período de oito a quatorze de setembro de cada ano.

 

PROC. N. 5124/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 243/05, de autoria da Ver.ª Neuza Canabarro, que torna obrigatório o uso de redes de infra-estrutura subterrâneas de transmissão de energia elétrica, telefonia, comunicação de dados via fibra óptica, televisão a cabo e de outros cabeamentos nos locais que especifica e dá outras providências.

 

PROC. N. 5126/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 244/05, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que institui a função simbólica de Patrono da Semana Farroupilha, que receberá o título de Grande Patrão, Chefe Honorário do Acampamento Gaúcho e do desfile de 20 de Setembro.

 

PROC. N. 5155/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 253/05, de autoria da Ver.ª Maria Celeste, que inclui inciso XXX no art. 51 da Lei n. 8.279, de 20 de janeiro de 1999, e alterações posteriores, que disciplina o uso do Mobiliário Urbano e Veículos Publicitários no Município, proibindo a exibição de imagens de mulheres em propagandas de boates, casas noturnas e outros estabelecimentos que pratiquem a comercialização do corpo.

 

PROC. N. 5186/05 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 014/05, que autoriza a desafetação e alienação do imóvel da Rua João Alfredo, nº 659.

 

PROC. N. 5194/05 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 015/05, que estabelece critérios para a entrega domiciliar de medicamentos às pessoas idosas com dificuldades de locomoção.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. N. 1593/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 090/02, de autoria do Ver. Adeli Sell, que autoriza a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) a adquirir meios de transporte adequados, guinchos e mecanismos necessários para retirar animais de grande porte das ruas do Município de Porto Alegre.

 

PROC. N. 3495/02 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N. 019/02, de autoria do Ver. Adeli Sell, que altera a Lei Complementar n. 434, de 1º de dezembro de 1999, e alterações posteriores (Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de Porto Alegre). Com Emenda nº 01.

 

PROC. N. 4768/05 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N. 036/05, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que autoriza o Executivo Municipal a instituir o Conselho Municipal do Artesanato, criar Comissão Provisória destinada a organizar a 1ª Conferência Municipal do Artesanato e dá outras providências.

 

PROC. N. 4830/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 233/05, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que denomina Rua João Macedo de Freitas, Rua Dorvalina Rodrigues de Freitas, Rua Ladislau Honorino de Andrade e Rua Stefan Hermann os logradouros não-cadastrados, conhecidos respectivamente como Beco 3 – Beco F Estrada Retiro da Ponta Grossa, Beco F – Estrada Retiro da Ponta Grossa, Beco M – Rua Seis Estrada Retiro da Ponta Grossa e Beco G – Estrada Retiro da Ponta Grossa, localizados no Bairro Belém Novo.

 

PROC. N. 4901/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 235/05, de autoria do Ver. Claudio Sebenelo, que institui a Semana de Conscientização do Planejamento Familiar a ser realizada, anualmente, no mês de outubro, que passa a integrar o Calendário de Eventos Oficiais de Porto Alegre.

 

PROC. N. 4928/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 236/05, de autoria da Ver.ª Mônica Leal, que denomina os seguintes logradouros públicos cadastrados, localizados no Bairro Cavalhada: Rua Wilson Adnislen Freitas de Paiva Bueno, conhecido como Rua 4513, e Rua Coronel Deusdedit Paiva Bueno, conhecido como Rua 4506.

3ª SESSÃO

 

PROC. N. 4031/05 – SUBSTITUTIVO N. 01, de autoria do Ver. Adeli Sell, que dispõe sobre a adoção de ambulatórios odontológicos nos postos de saúde próximos a creches e escolas do Município, ao  PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N. 028/05, de autoria da Ver.ª Mônica Leal.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu gostaria de aconselhar a todos os meus Pares a leitura do Diário Oficial do dia 6 de setembro. Já dá para saber um pouco sobre a Proposta Orçamentária, a Câmara já pode saber o que está previsto, confesso que nunca vi tanta transparência. Em geral, o Prefeito fazia uma ordem de serviço que circulava entre os Secretários, mas agora ele colocou no Diário Oficial.

Nós temos aqui 57 folhas de papel que eu devo, no mínimo, multiplicar por 60, isso dá mais de três mil folhas de papel jogadas fora. A fúria legiferante é tão grande, mas tão grande, que eles nem sabem bem o que querem. Meu amigo Ver. Aldacir Oliboni vai ficar bravo comigo agora. O primeiro Projeto que vejo em Pauta é de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, um Projeto de 2001. Ele quer obrigar o Executivo Municipal, os mercados, supermercados e outros centros comerciais a colocarem à disposição da população postos de entrega voluntária de lixo reciclável e dá outras providências. Eu disse que é de 2001. Aí ele fez o Projeto e não estava satisfeito; então, acrescentou duas Emendas, mas aí olhou e ainda não estava satisfeito e fez um Substitutivo acrescentando mais Emendas. Ele não sabe bem o que quer, mas gastou um monte de folha de papel.

Aí, ele fez outro Projeto de Lei proibindo a comercialização de produtos acondicionados em garrafas de vidro ou assemelhados em qualquer local a menos de 150 metros da orla do Guaíba no Município de Porto Alegre - esse Projeto é de 2003. Ele olhou, leu, “tocou-lhe” duas Emendas, não gostou, olhou, olhou, fez mais um Substitutivo para esse, aí, leu, não gostou, e surgiu um outro Substitutivo. Ele não tem convicção do que quer? Ele está substituindo, mas eu vou dizer qual seria a melhor das soluções: uma campanha educacional, que é o que está acontecendo aí, está acontecendo aí.

 

O Sr. Aldacir Oliboni: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Antonio Dib, os Vereadores têm que ser propositivos. Seria impossível não apresentar um projeto porque vai gastar mais folhas, vou discordar de V. Exª com todo o respeito, até porque nós temos que fazer isso.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Eu aceito a discordância de Vossa Excelência.

 

O Sr. Aldacir Oliboni: Segundo, os dois Projetos têm uma enorme importância para a Cidade. O primeiro porque trata do lixo reciclável, e os maiores geradores de lixo são os supermercados. Depois, na hora da discussão, vou explicar. O segundo é que o cidadão anda pela orla do Guaíba e encontra cacos de vidro em todos os cantos. O Projeto apenas proíbe a comercialização dessas garrafas chamadas long neck na orla do Guaíba. Então são dois Projetos meritórios, de extrema importância para a Cidade.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Eu vou com a minha família fazer meu piquenique e já levo as minhas garrafas de casa, nem vou comprar lá perto. Então, uma campanha educacional com esses milhares de papéis que foram perdidos aqui resolveria perfeitamente e muito bem o problema. Ninguém se iluda achando que não se fuma mais num monte de lugares da Cidade porque há leis, não, é porque as campanhas educacionais foram eficientes. Quando eu cheguei na Câmara, fumava o meu charuto sentado ali. Se eu fumasse hoje, eles me botariam para a rua, jogando-me lá no lixo.

Vamos continuar na fúria legiferante aqui. O Ver. Adeli Sell estabelece a obrigatoriedade de publicidade dos atos administrativos de pessoal próprio da Administração Indireta do Município, mediante publicação no DOPA - Diário Oficial de Porto Alegre -, com periodicidade não superior a trinta dias. Bom, ele fez um enorme de um Projeto de Lei e foi retirando, foi retirando... Ele tirou o parágrafo 1º do art. 1º, depois tirou o art. 3º, depois tirou o art. 4º. Então não deixou nada. Fica no Projeto apenas o que a Prefeitura faz hoje, todos os dias, no Diário Oficial.

Então, Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, vamos cuidar melhor do dinheiro do povo, não vamos perguntar as mesmas coisas todas as vezes: “Como é que vamos pagar o funcionalismo?” Vamos ler o jornal Diário Oficial. Não vamos fazer leis quando uma campanha publicitária resolve o problema, principalmente quando se transmite para as crianças: “Olha, não coloquem vidros, vai cortar o pé de alguém dentro da água, o indivíduo não está enxergando”. Ele fala até que pode cortar a pata do cachorro, eu acho que tem razão V. Exª, tem que cuidar do cachorro também, por que não? Mas tudo é educação, Ver. Oliboni, eu reconheço a proposição de V. Exª como positiva, não disse o contrário, apenas o meio pelo qual V. Exª encaminha é que me parece... Vossa Excelência mesmo tem dúvidas. Eu acho que, se fizéssemos uma campanha educacional, chegaríamos aos nossos objetivos com muito mais facilidade. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu volto a esta tribuna - desta vez com um pouco mais de veemência - para cobrar uma atitude do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul, essa instituição, Ver. Gerson, que merece respeito da sociedade, porque faz o controle da Administração Pública, mas não é razoável que o Tribunal leve quatro anos para julgar uma denúncia deste Vereador, não é razoável!

Em novembro de 2001, impetrei uma representação perante o Ministério Público Especial, para que fossem analisadas possíveis irregularidades de superfaturamento nos contratos de recolhimento de lixo. O Ministério Público entendeu que havia indícios, pediu diligências, e o corpo técnico assim o fez. Encontrou materialidade! E o Ministério Público fez, então, a denúncia ao Presidente do Tribunal. O Presidente do Tribunal distribuiu o feito, nomeou o relator, o relator foi ao Pleno e pediu o arquivamento; e o Ministério Público Especial insurgiu-se contra a decisão por entender que ela não condiz com a realidade.

De lá para cá, Presidente, foram quatro anos. Eu vou entregar nesta tarde a V. Exª um relatório e vou pedir a V. Exª, em nome da Casa, porque Poder se comunica com Poder, que pergunte ao Tribunal se há previsão para julgamento, ou se vai continuar ad aeternum.

Lá está apontado, Ver.Haroldo, 1 milhão e 853 mil reais, porque o contrato é de empresas com um preço acima de mercado. E quem está dizendo isso é o Ministério Público. Isso é dinheiro do povo! Quer dizer que vamos cuidar do lixo só no quintal dos outros? E aqui, já em 2001, levantei, vim a esta tribuna, nós fizemos audiência, trabalhamos noite e dia para podermos nos apropriar dos dados que a Prefeitura nos mandava de forma, às vezes, até para distorcer a nossa compreensão, Ver. Ismael. E agora o Tribunal, que adora julgar os “prefeitinhos” do Interior, quando se trata de uma questão da Capital, faz de conta que não é, vai levando quatro anos... Isso não está correto!

Eu não quero analisar o mérito, eu fiz a denúncia. Ela foi processada, não quero saber do voto de conselheiro, eu quero saber que julguem! Que digam se tem razão a minha denúncia ou não, Ver. Nereu, mas digam, julguem! O que não pode é, daqui a um ano, eu estar nesta tribuna, de novo, e dizer: “O Tribunal de Contas chegou ao quinto ano sem julgar a denúncia do lixo de Porto Alegre”. Não, isso não está correto! Essa lentidão não está correta, isso não condiz com o discurso de quem está lá no Tribunal, que é uma instituição célere, uma instituição que representa a sociedade no controle da coisa pública.

Passam-se cinco anos, passam-se quatro anos, e faz de conta que não é comigo isso!? Nós queremos aqui reafirmar em letras garrafais: houve muito problema nos contratos de recolhimento de lixo e destino final na cidade de Porto Alegre, muitos problemas. Só de 1990 a 1995, dois anos e oito meses foram de contratos emergenciais, isso é inadmissível! E lá, em 2001, foram mais nove meses, e é sobre esses nove meses que se pagavam R$ 39,42. Quando ganhou a concorrência, quem ganhou foi por vinte e oito e pouco. E aí o Ministério Público Especial pediu a devolução de 1 milhão e 853 mil reais. Esse dinheiro tem que voltar para o cofre público, tem que pegar o gestor da época, pegar o seu patrimônio - se isso for confirmado -, expropriar e devolver para a Cidade, que precisa tanto de recursos especialmente na área social.

Por isso, Sr. Presidente, vou entregar ainda hoje um ofício, fazendo um longo relato e solicitando que V. Exª, como Presidente da Casa, nessa relação de Poder com o Poder, peça informações. Afinal de contas, está previsto para julgamento daqui a um ano? Daqui a dois anos? Daqui a três anos? Ou é daqui a uma semana? Ou ad aeternum? O que não posso é vir semanalmente nesta tribuna e ser questionado: “Mas, Vereador, o senhor fez a denúncia, e o Tribunal não se manifesta.” Eu fiz a minha parte, espero que o Tribunal faça a parte dele. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Margarete Moraes está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores. Neste período de discussão preliminar de Pauta tão importante para esta Casa, gostaria de fazer algumas observações sobre o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 036/05, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que autoriza o Executivo Municipal a instituir o Conselho Municipal do Artesanato, criar Comissão Provisória destinada a organizar a 1ª Conferência Municipal do Artesanato e dá outras providências.

Eu gostaria de parabenizar o Ver. Aldacir Oliboni pela sua bela idéia, dizendo que o exercício da dúvida é muito saudável e também significa que a gente nunca está satisfeita com os nossos projetos, com as nossas idéias; nós sempre queremos mais e melhor, nós sempre gostamos de nos aperfeiçoar. Daí é que vêm tantas emendas, tantos substitutivos, isso são contribuições que a gente oferece à cidade de Porto Alegre.

Em primeiro lugar, eu queria declarar que defendo o incentivo por parte do Poder Público ao artesanato, porque o artesanato é um dos elementos fundamentais da nossa identidade nacional. O artesanato diferencia determinada região do Brasil e une o útil ao agradável, ou a arte ao utilitário - ao se fazer um objeto que tem utilidade na vida, procura-se uma maneira original de fazê-lo -, e isso contribui, certamente, com o desenvolvimento do turismo. Nós estamos na véspera da Semana Farroupilha, e há um artesanato regional, campeiro, que tem uma riqueza imensurável. Há o artesanato indígena, há artesanatos de várias origens no Rio Grande do Sul - afro, italiano, alemão -, e todos eles nos diferenciam. Bem, eu acho que esse setor precisa sempre de aperfeiçoamento e de grande estímulo por parte do Poder Público.

Agora, há um problema também: quando fazemos uma seleção - e sempre há muito mais trabalho do que espaço -, nós temos de trabalhar com políticas democráticas, temos de ouvir todos os lados da sociedade. O lado do Governo deve participar desse Conselho; também o lado dos especialistas, das pessoas que estudam a questão do artesanato, e o lado dos autores, porque, senão, corre-se o risco de selecionar através da subjetividade de cada um, e a gente pode acabar cometendo injustiça. É mais ou menos como nas obras de arte: às vezes, um júri define um resultado, e outro júri, sobre a mesma questão, chega a outro resultado. É preciso estabelecer critérios; é preciso estabelecer critérios com as pessoas, com os autores. Por isso eu também acho que é preciso estabelecer a qualidade, a integridade do artesanato, o perfil, que tipo de artesanato deve estar presente em determinado evento.

Por isso, quero cumprimentar o Ver. Aldacir Oliboni, pois seu Projeto objetiva autorizar o Executivo Municipal a instituir o Conselho Municipal do Artesanato, criar uma comissão provisória para organizar a 1ª Conferência Municipal do Artesanato. Eu tenho certeza de que esse Projeto do Ver. Oliboni vai contribuir com o desenvolvimento, inclusive com o desenvolvimento turístico da cidade de Porto Alegre. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Mônica Leal está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. MÔNICA LEAL: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Srs. Vereadores e Vereadoras, demais pessoas que nos assistem: hoje eu ocupo a tribuna para falar do Projeto de Lei de autoria do Ver. Claudio Sebenelo que institui a Semana de Conscientização do Planejamento Familiar, a ser realizada anualmente no mês de outubro, passando a integrar o Calendário de Eventos Oficiais de Porto Alegre.

Eu fiquei muito satisfeita quando vi este Projeto, Vereador, porque esta tem sido uma luta minha desde o dia em que assumi como Vereadora da cidade de Porto Alegre, eu vejo com grande preocupação a gravidez na adolescência, que é, sem dúvida, a maior causa da evasão escolar dos nossos adolescentes e também um grave problema de Saúde. Então, o seu Projeto me deixa muito contente.

Eu entrei também com um Projeto de minha autoria para inserir o ensino do planejamento familiar no currículo escolar; há grande dificuldade, mas trago-o como debate. Fizemos um fórum na COSMAM, que foi um sucesso, convidamos médicos e trouxemos o problema para discutir, ocasião em que compareceram alunos de escolas, e o senhor, como Presidente da COSMAM, presidiu esse fórum. Esse foi, realmente, um grande passo para a cidade de Porto Alegre.

 

O Sr. Claudio Sebenelo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Há que se fazer justiça a V. Exª, Vereadora, que teve a iniciativa desse fórum. Nós queremos transformá-lo em um fórum permanente, mensalmente, uma reunião por mês, especialmente porque tive a oportunidade, por uma questão de acaso, de sorte, de dar o Título de Cidadão de Porto Alegre para o pioneiro no planejamento familiar em nossa Cidade, o Dr. Ferrari.

Esse tema é tabu, há problema de ordem religiosa, de ordem cultural. No que se refere à questão da gravidez na adolescência, por causa de metodologia, nós passamos anos errando, inclusive na estratégia; hoje temos conhecimento de que muitos dos casos de gravidez na adolescência têm origem dentro de sua própria casa. Lá no Hospital Presidente Vargas, sabemos de meninas com 14 anos, 15 anos de idade que já estão no terceiro ou quarto aborto. É essa a tragédia que nós vamos enfrentar e vamos certamente colaborar e muito, especialmente com a sua iniciativa, que foi, no mínimo, inspirada. Obrigado.

 

A SRA. MÔNICA LEAL: Obrigada, Vereador. Eu acredito que a informação e a educação podem colaborar muito com essa questão - a importância da informação, a questão do planejamento familiar na educação. Sabemos todos que planejar uma família nada mais é do que ter filhos na hora certa, no momento adequado, e não na adolescência, queimando-se etapas. É muito importante que as crianças, que os adolescentes tenham conhecimento, tenham esse tipo de informação, tenham esse tipo de debate, de educação. Esse simples direito de escolher o melhor momento para gerar um filho é, com certeza, uma segurança para a sociedade, para uma população bem desenvolvida economicamente e socialmente. É muito importante. Então, eu venho a esta tribuna, Ver. Sebenelo, elogiar mais uma vez o seu Projeto. Conte com o meu apoio nessa luta do planejamento familiar em todos os sentidos, no fórum, nesse seu Projeto.

Gostaria de registrar que a primeira-dama do Estado, Cláudia Rigotto, lançou uma campanha com o objetivo de informar métodos de prevenção de gravidez na adolescência, intitulada “Te liga, gravidez tem hora”. Então, nós, mais uma vez, vemos a importância de trazer para a Casa do Povo de Porto Alegre esse tipo de debate, esse tipo de preocupação. Obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; prezados colegas Vereadores, prezadas colegas Vereadoras, prezado público que nos assiste pelo Canal 16 e aqueles que nos acompanham nas galerias. Vou aceitar a provocação do Líder do PMDB, Ver. Sebastião Melo: vou ouvir a discussão sobre o lixo, até porque hoje, em Pauta, há três Projetos que tratam da questão do lixo na cidade de Porto Alegre. Há um Projeto de autoria da Verª Neuza Canabarro instituindo a Semana Cidade Limpa, e há dois Projetos de autoria do Ver. Aldacir Oliboni que tratam dessa questão.

O primeiro deles determina que os mercados, supermercados e centros comerciais coloquem à disposição da população postos para entrega voluntária de lixo reciclável e dá outras providências. O outro Projeto do Ver. Aldacir Oliboni proíbe a comercialização de produtos acondicionados em garrafas de vidro ou assemelhados junto à orla de Porto Alegre. Eu estou tendo dificuldade, Verª Neuza Canabarro, de compreender bem a proposta de seu Projeto. Entendo que esse tema que trata da cidade limpa não deveria ser referenciado durante uma semana, deveria ser referenciado o ano todo, na sua amplitude. Quando V. Exª traz a discussão para o campo pedagógico, creio que está trazendo um link dessa discussão.

 

O Sr. Haroldo de Souza: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Esse Projeto da Verª Neuza não trata, por acaso, de uma semana para que pudéssemos, realmente, fazer uma campanha e colocar na cabeça das pessoas a educação sobre esse tema? Não se pode dizer que nós queremos a cidade limpa só por uma semana, não é Vereador? Eu entendi assim.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Pode ser que sim, eu estou trazendo justamente aqui, como sempre faço, a minha exposição clara e fraterna. Quando entendo que os Projetos trazem alguma fragilidade de conceito, creio que precisamos, no diálogo, aqui, qualificá-los. Mas, como nós todos sabemos, a Cidade vem fazendo alguns enfrentamentos sobre a questão da limpeza, sejam eles como processo educativo, tecnológico ou pedagógico, Professor Kenny Braga. Inclusive o Ver. Sebastião Melo trouxe essa questão para a Mesa, querendo tratar dos temas passados em relação à limpeza urbana de Porto Alegre, e nós estamos querendo discutir os temas presentes e futuros.

Nós buscamos, por intermédio de nossa Bancada, um conjunto de informações no DMLU, fizemos solicitações acerca de quantas e quais foram as obras e serviços licitados pelo Departamento de Limpeza da Prefeitura no corrente ano e seus respectivos valores, porque isso monitora a discussão que estamos fazendo aqui. Todos nós sabemos que o Sr. Prefeito Municipal trocou o Secretário do DMLU, e nós não sabemos até agora por quê. Talvez o Ver. Sebastião Melo possa vir aqui nos dizer o motivo, pois, se está havendo um bom trabalho na limpeza urbana, isso não deve acontecer. Nós merecemos essas informações até mesmo para elaborar bons Projetos.

O segundo Projeto à que me refiro aqui, do lixo, a respeito da obrigatoriedade de o Executivo fazer uma parceria com as entidades públicas, com os supermercados, talvez venha na linha do Projeto que a Verª Neuza coloca, da instituição da Semana Cidade Limpa, de mobilizar a Cidade para a conscientização a respeito do tema da reciclagem dos resíduos sólidos de Porto Alegre.

 

O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Comassetto, quero tentar fazer uma meia-defesa do Ver. Sebastião Melo, que se encontra em seu gabinete. Eu acho que quem deve dar explicações a respeito da saída do Diretor do DMLU não é o Ver. Sebastião, até porque o Diretor não é do PMDB, e sim do PPS. Só para corrigir.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: É uma pena que o Ver. Sebastião não esteja aqui, pois quem provoca tem de ficar aqui para debater.

 

A Srª Neuza Canabarro: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, eu considero muito importante V. Exª abordar o meu Projeto. Realmente o objetivo é que na Semana Cidade Limpa haja uma conscientização, não só com linhas gerais, mas que toda a comunidade participe; por exemplo, que aqui na Câmara se pense em relação à nossa Cidade, ao nosso local de trabalho e como podemos contribuir. Aí teremos uma série de coisas para colocar, até porque, nos países desenvolvidos, cada cidadão participa na limpeza do seu setor de trabalho. Sobre isso vamos falar posteriormente.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Muito obrigado, Verª Neuza Canabarro.

No meu entendimento, esses três Projetos fazem um link de qualificação da Cidade, Ver. Gerson Almeida, que foi Secretário do Meio Ambiente. Como ambientalista e Engenheiro Agrônomo que sou, digo e discuto que todas as pessoas que moram em casas não deveriam colocar um grama de lixo orgânico na rua para ser carregado para os aterros, onde vão gerar uma excessiva poluição, através do chorume. Isso deveria ser naturalmente incorporado nas suas propriedades, seja nos seus jardins, seja nas suas hortas, num processo natural de reciclagem. Mas, para que haja essa compreensão, não basta uma ação, é necessário um processo de qualificação e aprofundamento da educação ambiental na nossa Cidade. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, comunidade aqui presente, público que nos assiste pelo Canal 16, quero inicialmente dizer que são muitos os Projetos importantes para a cidade de Porto Alegre que estão na Pauta de hoje. Agradeço as referências feitas pela nobre Verª Margarete Moraes ao Conselho Municipal do Artesanato, que, sem dúvida, vai nos ajudar a fazer o regramento dessa cultura que está entranhada em todos os cantos e recantos desta Cidade. Quando de um evento, há a possibilidade de o artesão ter o seu espaço, de estar incluído na Cidade, enfim, de poder ter o sustento de sua família.

Dos inúmeros Projetos apresentados, quero aqui falar inicialmente, embora aceite as críticas do nobre Ver. João Antonio Dib, que nós temos que ter, sem dúvida nenhuma, a possibilidade concreta de apresentar sugestões nesta Casa. O Projeto de Lei que eu apresento propõe que os maiores geradores de lixo tenham compromisso com a Cidade, eu acho que é um assunto importante. Uma das Emendas ao Projeto modifica o art. 24 da Lei nº 234, que é o Código de Limpeza Urbana de Porto Alegre (Lê.): “Os mercados, supermercados e centros comerciais onde ocorra a venda de produtos geradores de lixo seco reciclável deverão disponibilizar área ou recipiente apropriado à entrega voluntária de lixo seco reciclável em local visível e acessível ao público, cabendo ao Executivo Municipal regulamentar a capacidade e as dimensões dos recipientes. Parágrafo 1º - Na área e/ou recipiente devem constar os dizeres: ‘Posto de entrega voluntária - Lixo Seco’”.

Isso já existe, nobre Ver. João Dib, em diversos países; isso existe em inúmeros supermercados e hipermercados, inclusive a própria população entrega em locais adequados, e o Poder Público entrega às entidades e às ONGs que sobrevivem do lixo seco. Assim se daria com as oito cooperativas de Porto Alegre, por exemplo; seria uma das alternativas do Poder Público recolher esse lixo e levar a esses cidadãos que sobrevivem do lixo reciclável.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Oliboni, eu disse que a sua idéia era boa, eu não disse o contrário; eu disse que não havia necessidade de Projeto de Lei. Quero lhe dizer que uma campanha publicitária seria muito mais eficiente. Em 1978, quando cheguei na Secretaria de Obras, eu me dei conta do problema da rede elétrica e consegui, sem ônus para a Prefeitura, alguns outdoor, para espalhar pela Cidade, que diziam: “É fogo esquecer a rede elétrica”. Nós tivemos mais laudos de vistorias sem lei do que depois; agora há lei, e todo o mundo procura fugir porque complicaram muito mais. Então, eu acho que uma campanha publicitária conscientizando ajudaria. Em alguns supermercados de Porto Alegre, já há recipiente para coleta seletiva; alguns, não em todos.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: O Código de Limpeza Urbana, meu nobre Ver. Antonio Dib, não determina que haja um regramento do recolhimento do lixo. Mas eu tenho a convicção de que os supermercados, onde nós compramos, onde fazemos o nosso rancho, são os maiores geradores de lixo. Não só eles têm de ter esse compromisso, mas também os seus fornecedores, que, por sua vez, ali entregam as mercadorias. Dá a impressão de que, quando entregam ao supermercado, é o ponto final para eles. Não pode ser assim.

O outro é um Projeto simples, mas de uma enorme dimensão para aqueles que costumam fazer caminhadas em Porto Alegre, principalmente na orla do Guaíba. Inúmeras vezes eu tenho andado e percebido - assim como muitos cidadãos, muitos Vereadores - cacos de vidro ao longo da orla do Guaíba, seja na praia, na Usina do Gasômetro, ou em todos os lugares. Uma vez consumida a bebida, as garrafas fornecidas pelos grandes fabricantes, as chamadas long necks - e há determinados cidadãos que infelizmente não têm a cultura de procurar o lixo -, acabam sendo jogadas na rua, elas se quebram, e, quando um cidadão de bem passa caminhando, há um acidente. Esse Projeto apenas direciona no sentido de que o Executivo determine que, na orla do Guaíba, numa distância que ele vai determinar, não possam ser comercializados produtos acondicionados em garrafas de vidro, long neck, porque elas, se são jogadas aos quatro ventos, jogadas na rua, prejudicam os cidadãos que por ali passam. Não é justo que não haja um regramento também para esse tipo de prejuízo - em tese -, para aqueles que querem usar o local para caminhadas ou para o esporte. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Encerrada a Pauta. Passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

Na reunião da última segunda-feira, dia 5 de setembro, estabeleceu-se uma lista para votação.

 

A SRA. MÔNICA LEAL (Requerimento): Sr. Presidente, requeremos a seguinte ordem de votação: PLL nº 181/05, PLL nº 159/05, PLL nº 173/05, PLL nº 128/05, PR nº 090/05, PLL nº 034/05, PR nº 100/05, PR nº 101/05, PLE nº 030/04, PLE nº 034/04, PLE nº 054/04, PLE nº 017/04, PLL nº 055/05, PLE nº 136/05, PLL nº 126/05 e PLL nº 458/03.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Muito bem, feita a leitura, coloco à deliberação do Plenário.

 

O SR. MARIO FRAGA (Requerimento): Sr. Presidente, nós vamos fazer só uma inversão, pois houve um desacordo aqui. Solicitamos que o primeiro Projeto a ser votado seja o do Ver. Haroldo de Souza, que foi acordado na reunião de Líderes e Mesa, o PLL nº 458/03.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Sim, Vereador.

Em votação o Requerimento da Verª Mônica Leal que foi adendado pelo Requerimento do Ver. Mario Fraga. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 6350/03 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 458/03, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que dispõe sobre a instalação de recipientes para coleta de baterias usadas de telefones celulares e outros. Com Emenda n. 01.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto e à Emenda n. 01;

- da CEDECONDH. Relator Ver. Ervino Besson: pela aprovação do Projeto e da Emenda n. 01;

- da COSMAM. Relator Ver. Dr.Goulart: pela aprovação do Projeto e da Emenda n. 01.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 31-08-05.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLL nº 458/03, com Emenda nº 01. (Pausa.) O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, colegas Vereadoras e Vereadores, eu estava aqui, instigando o meu colega de Bancada, Ver. Gerson Almeida, que, por muitas vezes, se preocupou com essa questão de determinados resíduos. Sabidamente, como disse o Ver. Haroldo na sua intervenção anterior, esses resíduos fazem muito mal para a saúde das pessoas e para o meio ambiente, interferindo na vida das pessoas, porque há uma contaminação de água, de solo e, muitas vezes, uma contaminação atmosférica.

Por isso, eu não poderia deixar de vir aqui para empenhar o meu apoio a este Projeto de Lei. Eu acho que é um Projeto correto, meritório, e nós temos que agir de acordo com as nossas posições políticas, sempre no sentido de apoiar aqueles Projetos que forem, efetivamente, positivos para as nossas cidades e, principalmente, para o conjunto da população. É um Projeto que, de uma forma ou de outra, atinge 100% da população, não apenas as pessoas que, com mais freqüência, colocam fora esses resíduos, atinge o conjunto da população, inclusive aqueles que são destituídos desses equipamentos.

Então, eu até fiz uma instigação ao meu colega Ver. Gerson Almeida para que ele falasse sobre este Projeto, uma vez que ele foi Secretário Municipal do Meio Ambiente e, com mais elementos, poderia, inclusive, manifestar-se.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Adeli Sell, eu me associo ao pronunciamento de Vossa Excelência. O Projeto do Ver. Haroldo de Souza tem muito mérito, porque nós não sabemos aonde jogar as baterias dos nossos rádios, dos nossos relógios, as pequenas baterias dos aparelhos auditivos. O Projeto é muito bom.

 

O SR. ADELI SELL: Obrigado. Eu apenas queria vir aqui, Ver. Haroldo de Souza, para manifestar a minha posição favorável ao seu Projeto. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para discutir o PLL nº 458/03.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo. Sr. Presidente desta Casa, nobres colegas Vereadoras, Vereadores, público que nos assiste, profissionais da imprensa, eu fiquei sensibilizado com o Projeto do nobre colega Ver. Haroldo de Souza, porque, na minha vida profissional, Ver. Dib, fui vítima do desconhecimento do mal do mercúrio. Na minha faculdade, quando estava me formando, coube a mim, no sorteio da tese final, fazer um trabalho sobre mercúrio. Fiquei doente da cabeça, pensava que estava contaminado. Mas, graças a Deus, ainda não tinha atingido o limite, Ver. Gerson, que sabe o mal que o mercúrio faz, porque ele é cumulativo. Se a pessoa se expõe ao mercúrio, o seu efeito é cumulativo, e, quando chega num determinado limite, a pessoa não tem mais volta.

Ver. Haroldo de Souza, quero parabenizar V. Exª pela iniciativa deste Projeto. Eu até acho que ele deveria ser um pouco mais audaz. Em grandes condomínios também deveriam colocar essas caixas de coleta, também nos bairros, porque, geralmente, vamos a um supermercado, compramos as baterias, mas trocamos as baterias em casa, e elas são colocadas naquela seleção de lixo que não é para esse tipo de resíduo. De minha parte, louvo este Projeto. Meus parabéns. Projetos como este aqui realmente salvaguardam a saúde e o povo de Porto Alegre. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para discutir o PLL nº 458/03.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, eu não vou usar os cinco minutos, claro que não; apenas um minuto. Eu quero registrar que este Projeto foi tirado pela minha equipe, não sei precisamente de qual cidade, não sei se de Campinas ou de uma cidade do Interior de Minas Gerais. De qualquer maneira, eu quero que todos tomem conhecimento de que havia, nesta Casa, um Projeto muito parecido do querido Ver. Beto. Então publicamente estou dizendo que este Projeto eu tirei daquele trabalho que a gente faz na Internet, de entrar nas Câmaras Municipais de todo o Brasil e buscar projetos que possam ser transportados para cá. Esse é um deles que eu trouxe, não sei precisar se foi do Interior de São Paulo ou do Interior de Minas Gerais. Mas estou creditando aqui, com sinceridade, também a presença do Ver. Beto Albuquerque, que tentou aprovar este Projeto e não conseguiu, e ele estava arquivado na Casa. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Gerson Almeida está com a palavra para discutir o PLL nº 458/03.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Quando se ouviu Beto Albuquerque, figura querida, entenda-se o “carequinha” Gerson Almeida. Beijo no seu coração. Desculpe-me.

 

O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, está correto. Não pode errar quando estiver narrando o gol do meu time, não pode errar o nome do centroavante, mas não há problema. Eu quero apenas - também serei bastante breve - agradecer a referência do Ver. Haroldo. Independentemente de o Projeto que apresentei a esta Casa e que foi arquivado ser de teor bastante próximo ao apresentado pelo Ver. Haroldo, o importante é que possamos aprovar por unanimidade essa matéria. Até porque, para esse tipo de resíduo - pilhas, baterias, enfim -, há uma legislação do Conselho Nacional do Meio Ambiente. Trata-se de um regramento bastante interessante, a meu juízo, porque não leva para o Poder Público a responsabilidade apenas da coleta separada desse material, mas sustenta isso em cima do princípio de que a responsabilidade com os resíduos é “do berço ao túmulo” daquele que o produz. Ou seja, a indústria é responsável pelo produto não só no seu período de comercialização, em que é uma mercadoria vendável, mas, no final, quando ela deixa de cumprir aquele seu objetivo comercial e passa a ser apenas um problema do Poder Público, porque o material deve ser recolhido adequadamente, Ver. Brasinha. Por isso é importante.

E quero parabenizar o Ver. Haroldo de Souza por ter feito um Projeto para bem destinar o resíduo daquele produto que o empreendedor fez, sem, no entanto, deixar de responsabilizar os produtores do material, porque, caso contrário, nós estaríamos fazendo aquela máxima de privatizar o lucro com o produto e socializar o restante com toda a população. Então, com essa consideração, gostaria de, mais uma vez, parabenizar o Ver. Haroldo de Souza e manifestar o meu voto, a minha oportunidade, no dia de hoje, de poder votar este Projeto.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Mônica Leal está com a palavra para discutir o PLL nº 458/03.

 

A SRA. MÔNICA LEAL: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, gostaria de registrar - acho muito importante levar ao conhecimento de todos - que as Administrações anteriores não exigiam essa instalação de recipientes para coleta de produtos potencialmente perigosos. Agora, a SMAM, com o apoio do DMLU, está implementando essa exigência. A partir de agora, tanto para novas licenças como para renovação, será exigida essa coleta. Então, o Projeto do Ver. Haroldo de Souza só vem reforçar uma atitude que a SMAM já iniciou com o apoio do DMLU. Obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para discutir o PLL nº 458/03.

 

O SR. RAUL CARRION: Exmo. Ver. Elói Guimarães, demais Vereadores, especialmente o Ver. Haroldo de Souza, evidentemente a nossa tarefa de encaminhar aqui pelo PCdoB, em meu nome e em nome da Verª Manuela, ficou facilitada pelas brilhantes intervenções dos que nos antecederam. Por isso vamos fazer uma intervenção rápida, mas também para destacar a importância e a correção, Ver. Ervino, deste Projeto. Correção, por um lado, pela preocupação com o meio ambiente. Alguns acham que a preocupação com o meio ambiente é coisa só de Primeiro Mundo, ou é coisa de maluco, quando é o contrário: a natureza está-nos respondendo. O que aconteceu agora em New Orleans é fruto da agressão que o homem faz ao meio ambiente e que gera efeitos nocivos. O mundo deve estar em equilíbrio, isso é o que a Ecologia, uma disciplina relativamente nova, mostra.

 

O Sr. Ervino Besson: Permite um aparte?

 

O SR. RAUL CARRION: Já lhe darei um aparte, Vereador, só vou concluir rapidamente o raciocínio.

Então, a primeira correção do Projeto do Ver. Haroldo é neste sentido: uma preocupação que vai além da questão meramente das pilhas, que é talvez o mote. Ele pega a questão de lâmpadas de mercúrio, de sódio, fluorescentes, aerossóis; em suma, ele tem uma abrangência importante.

E o segundo aspecto para o qual nós gostaríamos de chamar a atenção - outros Vereadores já trataram - é que não coloca o ônus somente na mão do Poder Público, porque, na hora do bônus e do lucro, é privatizado, Ver. Sebastião, e, na hora do ônus, da despesa, é socializado. O Projeto do Ver. Haroldo, de forma equilibrada, coloca a responsabilidade nas empresas que produzem ou trabalham com esse tipo de produto. Acho que o Projeto está correto, é justo, e nós devemos, por unanimidade, aprová-lo.

 

O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Concordo plenamente com seu pronunciamento. Por exemplo, temos ainda o caso dos pneus, que agridem de uma forma criminosa o meio ambiente. A firma que produz pneus deve se responsabilizar, em parte, pela colocação dos resíduos em local adequado. Então o Projeto do Vereador é extremamente importante, acho que a Casa votará por unanimidade, porque o Projeto é bom.

 

O SR. RAUL CARRION: Fica o nosso encaminhamento, Ver. Haroldo, elogiando o Projeto sob dois aspectos: no cuidado com o meio ambiente e na preocupação de não socializar somente os custos, os ônus, pois quem leva os bônus são as empresas que produzem trabalho; então que tenham também o ônus de dar um destino adequado.

Parabéns, Vereador, pode contar com a Bancada do PcdoB, votaremos favoravelmente o Projeto.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o PLL nº 458/03. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Em votação a Emenda nº 01 ao PLL nº 458/03. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 3642/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 181/05, de autoria do Ver. José Ismael Heinen, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Alberto Hoffmann.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;

- da CECE. Relatora Ver.ª Sofia Cavedon: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA – art. 82, § 2º, V, da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia em 08-09-05.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLL nº 181/05. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação nominal. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 28 votos SIM.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 3169/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 159/05, de autoria da Ver.ª Clênia Maranhão, que concede o título honorífico de Cidadã de Porto Alegre à Doutora Marlova Jovchelovitch Noleto.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;

- da CECE. Relatora Ver.ª Sofia Cavedon: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA – art. 82, § 2º, V, da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia em 08-09-05.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLL nº 159/05. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação nominal. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 28 votos SIM.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 3468/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 173/05, de autoria da Ver.ª Mônica Leal, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao ex-Vereador Coronel Pedro Américo Leal.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Adeli Sell: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA – art. 82, § 2º, V, da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia em 08-09-05.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLL nº 173/05. (Pausa.) A Verª Mônica Leal está com a palavra para discutir.

 

A SRA. MÔNICA LEAL: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Srs. Vereadores e Vereadoras, funcionários desta Casa, não vou usar todo o tempo, apenas farei um registro. Este Título é inédito, pois é o primeiro proposto pela totalidade dos Vereadores desta Casa. Registro que este Título não é de minha autoria, como consta, e sim de todos nós, Vereadores da Câmara Municipal de Porto Alegre. Obrigada. (Palmas.)

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para discutir o PLL nº 173/05.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, sem dúvida nenhuma, daqui a poucos minutos, a Câmara votará um Título para o Sr. Pedro Américo Leal, um homem que fez história na passagem por esta Casa, na sua trajetória como militar e como Deputado. Apesar de a Casa ter votado outros Projetos, outros Títulos também importantes, acredito que este Título ao Sr. Pedro Américo Leal é um dos de maior importância, pois foi apresentado por todos os Vereadores; inclusive, no início, foi uma iniciativa deste Vereador. Portanto a Câmara está de parabéns; todos os 36 Vereadores estarão aqui prestando esta homenagem, pela história do nosso querido e sempre Vereador desta Casa, Sr. Pedro Américo Leal. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para discutir o PLL nº 173/05.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Não vou usar os cinco minutos, Sr. Presidente, mas apenas um minuto para dizer que o meu voto também é de louvor ao ex-Vereador Coronel Pedro Américo Leal.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Não havendo mais quem queira discutir, colocamos em votação o PLL nº 173/05. (Pausa.) O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar a votação.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, quando nós estamos tratando aqui - Ver. João Dib, Verª Mônica Leal, Ver. Nedel, que são da Bancada do PP - da aprovação de uma homenagem ao Pedro Américo Leal, nós temos de dar uma certa nobreza ao ato. Foi alguém, Ver. Gerson Almeida, que passou por aqui e nos deixou muitas experiências positivas, um legado do qual acredito que a Casa se aproveitou bem, porque, inclusive, fez com que o relacionamento aqui na Casa pudesse ser melhor.

Eu lembro, Ver. Haroldo, que, quando fui Presidente da Casa em 1998, o Ver. Pedro Américo Leal, por várias e várias vezes, deu-me sugestões, e eu as aproveitei para que pudéssemos fazer com que a Casa se tornasse mais funcional, pudesse ser melhor. Ele, um Vereador de grande experiência, um homem com muita experiência. E eu, sabendo que se tratava de uma pessoa ilibada, honesta, procurei fazer com que esses ensinamentos me servissem, assim como eu tenho tirado proveito do diálogo que faço com as pessoas mais experientes e até com as menos experientes, porque, afinal de contas, nós temos de buscar aprendizado em todos locais onde nós estamos.

Então, eu quero fazer, Verª Mônica Leal, uma homenagem muito especial, apoiando este Título que V. Exª propõe - assinado também por todas as pessoas aqui desta Casa - para esse homem, que é realmente um homem que merece ser homenageado. Eu fiquei muito feliz ao ler a reportagem do jornal O Sul, se eu não me engano do dia de ontem ou de anteontem, quando ele se manifestava, dizendo que saiu da política no momento errado, mas que V. Exª entrou na política no momento certo, dizendo da vinda de V. Exª aqui para a Casa e da ida dele para casa. E fiquei contente quando eu li que ele anunciava uma possível candidatura à Câmara Federal. Eu acho que é um homem que está preparado para assumir missões maiores dentro do nosso País, acho que tem muito para contribuir, realmente.

Quero dar um grande abraço ao meu amigo Pedro Américo Leal e dizer que nós, com certeza absoluta, vamos ficar honrados, aqui nesta Casa, em poder-lhe oferecer essa homenagem. Obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação nominal o PLL n° 173/05. (Após a apuração nominal.) APROVADO por 27 votos SIM, pela unanimidade dos presentes. (Palmas.)

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 2704/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 128/05, de autoria do Ver. Aldacir Oliboni, que denomina os seguintes logradouros não-cadastrados, localizados no Bairro Belém Novo: Rua Mamonas, Rua Renato Russo, Rua Ulisses Guimarães, Rua Edimar Toldo.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Raul Carrion: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Adeli Sell: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 05-09-05.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLL nº 128/05. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para encaminhar a votação.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; prezados Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, venho encaminhar este Projeto mais pelo seu método que pelo seu conteúdo. Quero reafirmar que tenho ouvido aqui o Ver. João Dib, incessantemente, sugerir a todos os Vereadores que dão nome a ruas - e há muitos que propõem uma denominação por dia - que o façam em bloco, a título do que aqui está colocado, porque ajudaria nos trâmites desta Casa, qualificaria os serviços, dando dinâmica ao trabalho. Portanto, nesse sentido parabenizo o Ver. Aldacir Oliboni, inclusive todos os nomes dessas ruas dizem respeito ao bairro Ponta Grossa, que foi construído coletivamente com a comunidade naquela localidade. Meus parabéns, Ver. Aldacir Oliboni, pelo método que está sendo adotado. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o PLL nº 128/05. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 2764/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 090/05, de autoria da Comissão de Saúde e Meio Ambiente – COSMAM, que denomina Rubens Mario Garcia Maciel a Sala da Comissão de Saúde e Meio Ambiente (COSMAM) da Câmara Municipal de Porto Alegre.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Elias Vidal: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relatora Ver.ª Neuza Canabarro: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 31-08-05.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PR nº 090/05. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 0661/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 034/05, de autoria da Ver.ª Manuela d'Ávila, que institui a Semana Municipal da Juventude, a ser realizada, anualmente, no período de 15 a 22 de setembro, que integrará o Calendário de Eventos Oficiais de Porto Alegre; disponibiliza o Salão Glênio Peres, o Plenário Ana Terra e o Plenário Otávio Rocha da Câmara Municpal pela realização de seminários, palestras e manifestações culturais. Com Emenda no. 02.

 

Observações:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 29-08-05;

- retirada a Emenda n. 01;

- adiada a discussão por uma Sessão, em 05/09/05.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLL nº 034/05. (Pausa.) A Verª Manuela D’Ávila está com a palavra para discutir.

 

A SRA. MANUELA D’ÁVILA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, quando nós assumimos o mandato - e um pouco nos meses que antecederam o dia 1º de janeiro -, nós refletimos sobre uma série de questões que deveriam ser abordadas e de projetos que deveriam ser encaminhados a esta Câmara de Vereadores. Eu deduzi que alguns deles já deveriam existir por óbvio, por se tratar de assuntos muito evidentes; deduzi que a trajetória dos Vereadores desta Câmara já deveria ter apontado essas questões.

Logo percebi quando não existia uma Semana para tratar, para debater, para ser construída com a juventude, para debater a juventude. É um tema, de fato, muito novo na política brasileira: há dois, três anos, nós começamos a tratar de maneira séria, a respeitar como um assunto que deve ser encarado, que deve ser debatido, envolvendo a juventude, que representa uma parcela gigantesca da população brasileira.

Quando propusemos uma data, idealizamos o dia 21 de setembro, Dia Internacional da Juventude. Depois, o Ver. Dr. Goulart apresentou uma Emenda propondo que ela passasse para o dia 18 de fevereiro, o dia da criação da Secretaria Municipal da Juventude. Mas o dia 18 de fevereiro... Trata-se de um período em que os jovens da nossa Cidade não se encontram nas suas atividades, Verª Neuza, Ver. Nereu, que também debateram essa questão. É um período em que os jovens não estão na sala de aula, não estão nas escolas, não estão nas universidades; os que trabalham, os que devem permanecer durante as férias escolares, se estão na nossa Cidade, estão buscando outro tipo de atividades. Assim, consensualmente, nós passamos a trabalhar essa Semana no dia 12 ao dia 18 de agosto, trabalhando então no dia tirado pela Organização das Nações Unidas e pelo Governo Federal, pelo recém criado Conselho Nacional de Juventude.

Gostaria de dizer que muitas vezes essas Semanas passam despercebidas aqui dentro, como se fosse mais uma votação insignificante, ou fosse algo, enfim, não tão relevante para a cidade de Porto Alegre. Mas, nos dias de hoje, em que nós vemos a juventude brasileira desempregada, em que vemos a juventude brasileira envolvida profundamente nas questões do narcotráfico, do tráfico de armas, em que nós vemos a juventude brasileira morrendo e matando por causa dessas mesmas drogas e dessas mesmas armas, nós devemos, na nossa opinião, parar, refletir e trabalhar em conjunto com essa juventude, para que possamos compreender os desafios e superá-los de verdade, alterando o rumo das coisas.

Por isso apresentamos a proposta da Semana Municipal da Juventude e esperamos aprová-la, por termos a convicção de que é muito necessária. Que tenhamos a coragem de enfrentar de frente debates que dizem respeito à estrutura da sociedade brasileira e à estrutura da sociedade porto-alegrense, porque é urgente e necessário inverter radicalmente essas estruturas, envolver a juventude na busca da solução desses problemas. Muito obrigada.

 

(Não revisada pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Não há mais Vereadores inscritos. Em votação o PLL nº 034/05. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Em votação a Emenda nº 02 ao PLL nº 034/05. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

PROC. N. 3053/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 100/05, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que concede o Troféu Honra ao Mérito ao Hospital Mãe de Deus.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;

- da CECE. Relatora Ver.ª Manuela d'Ávila: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 05-09-05.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PR nº 100/05. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 3118/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 101/05, de autoria da Bancada do Partido Democrático Trabalhista, que concede o Prêmio de Educação Thereza Noronha ao Professor Antônio de Pádua Ferreira da Silva.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;

- da CECE. Relatora Ver.ª Neuza Canabarro: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 31-08-05.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PR nº 101/05. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 3791/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 030/04, que revoga a Lei n. 4.256, de 30 de dezembro de 1976, que declarou de utilidade pública o Instituto Brasileiro de Planejamento - I.B.P.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relatora Ver.ª Maristela Maffei: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;

- da CEFOR. Relatora Ver.ª Maristela Meneghetti: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Sebastião Melo: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 31-08-05.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLE nº 030/04. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 3857/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 034/04, que revoga a Lei n. 4.475 de 31 de outubro de 1978, que declarou de utilidade pública a Associação Brasileira de Combate ao Alcoolismo.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relatora Ver.ª Maristela Maffei: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;

- da CEFOR. Relatora Ver.ª Maristela Meneghetti: pela aprovação do Projeto;

- da COSMAM. Relator Ver. Aldacir Oliboni: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 31-08-05.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLE nº 034/04. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 5446/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 054/04, que revoga a Lei n. 3.273, de 19 de junho de 1969, que declarou de utilidade pública o Movimento Assistencial de Porto Alegre - MAPA”; a Lei n. 5.793, de 29 de outubro de 1986, que declarou de utilidade pública o Grupo do Amor Perfeito; a Lei n. 4.207, de 3 de dezembro de 1976, que declarou de utilidade pública o Clube dos Flautistas do Rio Grande do Sul; a Lei n. 6.478, de 30 de outubro de 1989, que declarou de utilidade pública a Sociedade Espírita de Umbanda Tupinambá das Matas Virgens; a Lei n. 4.652, de 27 de novembro de 1979, que declarou de utilidade pública a Associação de Pais e Amigos da Criança da Creche e Centro de Cuidados Diurnos da Vila Restinga; a Lei n. 4.975, de 13 de novembro de 1981, que declarou de utilidade pública a Associação Beneficente dos Estivadores Aposentados de Porto Alegre - ABEAPA; a Lei n. 4.287, de 9 de junho de 1977, que declarou de utilidade pública a Escola de Radiotelegrafia Imperial e a Lei n. 5.785, de 17 de outubro de 1986, que declarou de utilidade pública a FENAMORSC - Federação Nacional das Entidades de Moradores de COHABs.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Paulo Odone: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;

- da CEFOR. Relatora Ver.ª Maristela Meneghetti: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Sebastião Melo: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 31-08-05.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLE nº 054/04. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 3003/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 017/04, que dá nova redação ao inciso VIII do art. 2º, da Lei n. 8.936, de 03 de julho de 2002. (Fundo Monumenta /altera número de representantes de ONGs vinculadas à preservação histórico-cultural)

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Paulo Odone: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Adeli Sell: pela aprovação do Projeto;

- da CEDECONDH. Relator Ver. Bernardino Vendruscolo: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 31-08-05.

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLE nº 017/04. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 1268/05  - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 055/05, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que determina que 2006 seja denominado “Ano Mário Quintana” no âmbito do Município de Porto Alegre. Com Substitutivo n. 01.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela existência de óbice de natureza jurídica ao Projeto e pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Substitutivo n. 01;

- da CECE. Relator Ver. Sebastião Melo: pela aprovação do Substitutivo n. 01.

 

Observações:

- prejudicada a votação do Projeto;

- incluído na Ordem do Dia em 05-09-05.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLL nº 055/05, com Substitutivo nº 01. (Pausa.) A VerªMargarete Moraes está com a palavra para discutir.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu tenho certeza absoluta de que nenhum Vereador ou Vereadora desta Casa, ninguém que nos assiste tem alguma dúvida em relação ao mérito deste Projeto. Acho muito importante essa valorização que o Ver. Bernardino demonstra ao instituir 2006 o Ano Mário Quintana com bastante antecedência, porque só assim os produtores, os artistas poderão elaborar os seus projetos e buscar patrocínio junto à iniciativa privada, junto aos órgãos públicos municipal, estadual e federal. Ao contrário dos baianos, que sempre se valorizam muito, os gaúchos não têm esse hábito, e nada mais importante do que a gente começar a mudar essa disposição.

O Rio Grande do Sul é gerador de muitos talentos, e nem todos, às vezes, são reconhecidos pelas novas gerações como merecem. Portanto, quero cumprimentar, em nome da Frente Popular - acredito que em nome de todos os Vereadores desta Casa -, o Ver. Bernardino Vendruscolo pela sensibilidade de sua idéia.

 

A Srª Neuza Canabarro: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Eu queria me somar à Verª Margarete Moraes e elogiar o Ver. Bernardino Vendruscolo pela sua maravilhosa Justificativa, em que ele coloca o poema “O Mapa”. (Lê) “Olho o mapa da cidade/ Como quem examinasse/ A anatomia de um corpo.../ (É nem que fosse o meu corpo!)/ Sinto uma dor infinita/ Das ruas de Porto Alegre/ Onde jamais passarei.../ Há tanta esquina esquisita,/ Tanta nuança de paredes,/ Há tanta moça bonita/ Nas ruas que não andei/ (E há uma rua encantada/ que nem em sonhos sonhei...)/ Quando eu for, um dia desses,/ Poeira ou folha levada/ No vento da madrugada,/ Serei um pouco do nada/ Invisível, delicioso/ Que faz com que o teu ar/ Pareça mais um olhar,/ Suave mistério amoroso,/ Cidade de meu andar/ (Deste já tão longo andar!)/ E talvez de meu repouso ...”.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Eu creio que a leitura feita pela Verª Neuza Canabarro já justifica por si só a importância desse alegretense que escolheu a nossa Cidade para viver, cujo poema é sinônimo de Porto Alegre. Todas as pessoas se identificam com esse poema, que é um dos símbolos mais importantes da nossa Cidade. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para discutir o PLL nº 055/05, com Substitutivo nº 01.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Caro Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos assiste, eu tive a felicidade de conhecer, lá pelos idos de 1977, essa grande pessoa chamada Mário Quintana. Eu morava num pensionato na Rua dos Andradas, nº 673, e o poeta morava no Hotel Majestic. Era um homem de uma simplicidade que só as pessoas que sabiam que ele era Mário Quintana podiam reconhecê-lo, pela sua simplicidade. Mário Quintana tinha entre seus costumes chegar na Casa Touro e pedir uma taça de café com leite e um pão com manteiga. Lembro-me até hoje. E me marcou muito por aquilo que ele era e pela simplicidade que transmitia para todos nós, especialmente para mim, naquela época.

Quando aqui cheguei, a primeira coisa que a Ana, que trabalhou em nosso gabinete durante um curto período, nos disse foi: “Olha, no ano que vem, o nosso grande poeta estará fazendo cem anos; vamos fazer um projeto, que é pequeno na hora de escrever, mas vai significar muito para o povo de Porto Alegre, porque é o Poeta de Porto Alegre, o Poeta do Rio Grande, porque ele deixou sua marca em tudo.”

Quero convidar todos os Vereadores para me ajudarem a fazer, no ano que vem, o que for possível para homenagear esse grande poeta, que marcou muito a todos. Eu acho que ele merece. Quero me somar àquilo que foi dito aqui pela Verª Margarete Moraes e pedir especialmente a ela um apoio nesse sentido, porque tenho a certeza de que a Vereadora tem muito mais condições que eu para organizar, em conjunto, algo que traga reconhecimento a esse grande poeta.

Agradeço especialmente à Verª Neuza Canabarro, que declamou esse poema querido por todos e que marcou muito Porto Alegre também. Um abraço a todos. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o Substitutivo nº 01 ao PLL nº 055/05. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade. Aprovado o Substitutivo, conseqüentemente não se submete o Projeto, porque ele fica prejudicado.

Em votação a prorrogação da Sessão por mais duas horas. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 2897/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 136/05, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que inclui a Romaria de Nossa Senhora de Fátima no Calendário de Eventos Oficiais de Porto Alegre.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Adeli Sell: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 31-08-05.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLL nº 136/05. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 2669/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 126/05, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Erny Ludwig um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Mário Quintana.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Mario Fraga: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relatora Ver.ª Manuela d'Ávila: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 05-09-05.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLL nº 126/05. (Pausa.) O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Só vou fazer um registro, não vou usar os cinco minutos. Eu estive visitando a nossa amiga e companheira Ana Godoy, que foi a nossa primeira Vereadora, e ela me disse que o cidadão que está sendo homenageado em muito ajudou e apoiou as iniciativas comunitárias, especialmente a creche daquela comunidade, a Creche da Vó Ana. Então, quero registrar que estamos apoiando, com satisfação, este Projeto. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Não há mais quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h46min.)

 

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